Falam sobre tudo, dão palpite em tudo, se metem em tudo. Mas de repente se recolheram, surgiu um assunto do qual o mais loquaz entre eles só falou ontem a contragosto, dizendo bobagem para tentar se desvencilhar rapidamente dos repórteres que o pegaram por acaso, exposto em um evento que sua vaidade o obrigou a aceitar.
É que os fatos falam por si, as semelhanças são óbvias demais. Inelegibilidade de adversários do regime por motivos absurdos, protesto contra a fraude eleitoral, condenação dos cidadãos que protestaram a vários anos de cadeia por "golpe", censura ou derrubada de sinal da internet, anúncios de "regulação" das redes golpistas etc.
A ordem dos fatores não é bem a mesma, mas o resultado é basicamente igual. Unidos aos plutocratas locais, os coleguinhas do Foro de SP vão implantando aos poucos seus regimes liberticidas. Nenhum deles pode andar na rua enquanto seus adversários são aclamados pelo povo, mas eles vão avançando, cada um no seu estágio.
Como negar o objetivo almejado? No estágio inicial, que é o nosso, os defensores desses projetos nefastos ainda tentam inverter a realidade e acusar seus adversários do que fazem. Mas no momento em que até os mais ingênuos podem ver o que acontece no estágio mais avançado, eles, que nada têm de inocentes, se recolhem e se calam.
Ou, quando não conseguem, se entregam ainda mais.
Na vaidade, a verdade
Vale, para as falcatruas em geral, a regra dos grandes assaltos: não conte vantagem, não saia gastando por aí, fique em casa, não chame a atenção. Mas sempre tem um vaidoso que não resiste e acaba confessando que foram eles que enganaram a polícia, derrotaram um dos times no jogo em que atuaram como juízes ou algo similar.
Um evento na ABL, um encontro com o índio escritor (leia um artigo do cara na Folha antes de pensar em preconceito), Fernanda Montenegro e Gilberto Gil. Flagrância de alta cultura unida à lacração. Como ele poderia não participar? O problema é que lá havia repórteres que lhe perguntaram sobre o assunto que eles não queriam abordar.
Sem saída, restou-lhe evitar comentários sobre as semelhanças acima citadas e tentar escapar pela tangente, mas sua resposta acabou sendo um primor de confissão involuntária: não há chance de acontecer aqui o que acontece lá porque nós abolimos o voto impresso.
Claro que não, querido, pois sem voto impresso não haveria prova definitiva da fraude. As urnas poderiam ser programadas para emitir atas falsificadas (como deve estar acontecendo agora) e não haveria como auditar seus resultados nas próprias seções eleitorais (como foi feito com as atas reais).
A mentira de sempre
Evidentemente, o sujeito não ficou nisso. Com aquela argumentação preparada para os sub-83, ele engatou um "raciocínio" em que o voto impresso é o responsável pela fraude de lá, evitada aqui (e no Butão) pela urna que não pode ser auditada, mas tem seus sistema aberto ao público e não pode ser falsificada.
É mentira. Ninguém consegue detectar uma alteração mínima em milhões de códigos e nada garante que o sistema apresentado é o instalado em todas as urnas. Na hipótese benigna, ele se refere ao plano. Se ele deu certo ou não você precisa auditar cada urna no final para saber. Precisa comparar com o voto impresso.
Mas ele não é sub-83, ele sabe disso. Por que ele mente? Terminemos com outro silêncio.
Nenhum comentário:
Postar um comentário