terça-feira, 16 de julho de 2024

O grande impostor

Estava faltando um toque gauchesco nesse troço, tchê. Estava, pois eis aí Taxeirinha, autor de Taxação di Tutto, digo, Coração de Luto. O hit também é conhecido como Churrasquinho de Mãe porque narra sua vida após perder, ainda piá, sua querida dona Ledurina em um incêndio. De mãe, de picanha era só pra enganar otário na eleição.

Falando nisso, acho que ainda tem muita taxa pra passar por essa ponte e não precisamos nos limitar a músicas e filmes. Na área de novelas, por exemplo, uma opção seria Éramos Seis, Hoje Somos 24,5%. Ou poderíamos lembrar as novas regras para heranças com Impostos Póstumos de Brás Cubas.

Em livros internacionais teríamos títulos como: Eu, Cristiane F, 13 anos, Drogada, Prostituída e Sobretaxada; Cem Anos de Taxação; O Retrato de Dorian Taxei; Admirável Imposto Novo; 1984 Por Cento; Em Busca do Imposto Perdido. Para encerrar, uma homenagem a quem vai pagar a festa petista: Os Miseráveis.

Vice Vance

Numa eleição que envolve os dois candidatos mais velhos de todos os tempos e pode ser decidida pelos problemas de um deles com isso, Trump oxigenou a futura discussão sobre a sua própria sucessão ao escolher um vice com 39 anos, metade da sua idade. Com 20 centímetros a menos (1,70), seria ele um mini-Trump?

JD Vance criticou Trump no passado, mas hoje pensa como o chefe em vários temas, incluindo a tal "crise climática causada pelo homem". Senador por Ohio, John David (nascido John Donald) é formado em direito em Yale e é tão branco quanto o Donald titular. Outro filhinho de papai, só mais dedicado aos estudos?

Nada disso. Criado com a irmã pelos avós maternos enquanto a mãe circulava entre três maridos e o vício em drogas, JD conhece as dificuldades da vida. Relatou a sua em Hillbilly Elegy, livro que virou filme com Glenn Close. E ainda foi fuzileiro naval e cobriu a Guerra do Iraque como jornalista militar. Melhorou, ok, mas como ficam as minorias?

Ficam muito bem porque ele é casado com uma ex-colega filha de indianos. É difícil dizer que quem almoça com os sogros imigrantes é contra estes ou acusar quem tem três filhos com cara de indiano de racismo. Minoria religiosa? Ele se converteu ao catolicismo. E sua esposa segue a religião dos pais. Vibremos juntos: Ommmmm...

Eles tenta

Em Nova York (ela prefere "em Manhattan") desde 1835, Tia Lúcia passou a falar dos flanelinhas da Urca depois do atentado. Mas já voltou à luta. Ela tem a mensagem em que Vance diz que Trump pode ser o novo Hitler! E a viúva de Corey Comperatore não aceitou as condolências de Biden, mas nem recebeu um telefonema de Trump!

Puxa vida, Tia, que decepção. É só dizer "como muitos eu me deixei levar pela mídia canalha, mas depois percebi que ele é um grande sujeito e tem razão". E se Trump não ligou é porque vai lá pessoalmente ou algo parecido, alguma assessora que sabe pisar em ovos deve estar cuidando do assunto com a família do Corey.

Butler, 2024

A última da Tia são dois romances escritos em 1993 por Octavia Butler - mesmo nome da cidade do atentado! A história deles se passa em 2024 (!), num mundo que arde com as mudanças climáticas enquanto as mulheres e as minorias americanas perdem seus direitos com a ascensão de um nacionalismo branco radical.

Jarret se candidata para implantar seu cristianismo militante e "fazer a América ótima de novo". Smith, o adversário que o denuncia, é "uma sombra de homem, cansada e cinzenta". Capaz de "assustar, dividir e intimidar as pessoas", Jarret faz com que elas o elejam e passa a implantar sua agenda fascista. Aiai.

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