quarta-feira, 17 de julho de 2024

A Kombi agora é rosa

Você provavelmente fugiria correndo se abrisse a porta de uma sala e visse um grupo de trabalho formado por Armínio Fraga, Luciano Huck, Celso Lafer, Gabriel Chalita, Guilherme Leal, Sérgio Fausto, Marisa Moreira Salles e equivalentes. Mas por que eles se juntariam, que projeto os uniria?

Tatibitabata. Os citados estão empenhadíssimos em viabilizar a candidatura da chaveirinho de bilionário que quer ser prefeita de São Paulo. Eles são parte do "conselho estratégico", criado para opinar na condução da sua campanha e aproximá-la de segmentos como o empresariado, terceiro setor e artistas.

E eles já sabem o que fazer. Vão lançar uma série sobre a história de vida da moça, com dez episódios e "ares de superprodução", mas para rodar na internet e nas redes sociais. É sucesso garantido, pense como deve ser bacana acompanhar todos os capítulos dessa novela, emocionando-se a cada nova revelação.

Já o motivo para criar esse grupo não é assim tão legal. É que estava tudo certo para o PSDB lançar o Datena como vice da garota, mas o partido mudou de ideia e o lançou a prefeito, fazendo os índices da Tabata despencarem. Imagine a raiva dos conselheiros ao comentarem a portas fechadas essa traição.

Por fim, uma pergunta: onde estão os padrinhos originais da candidata? Sei que eles devem estar mais preocupados com as Americanas ou alguma outra falcatrua de bilhões, mas fica meio chato os caras nunca aparecerem nessas reuniões. Dá até a impressão que ela quer escondê-los.

Vamos falar com as evangélicas

A dica é de Luciano Spyer, especialista da Folha no assunto, que dá como praticamente certa a vitória do Trump e prevê que ela levará a um crescimento do "machismo evangélico" nos EUA, com os homens assumindo posições na sociedade e as mulheres relegadas ao papel de auxiliares do chefe da casa.

E o que isso tem a ver conosco? Bem, Luciano acredita que os evangélicos daqui seguirão os de lá e isso desagradará as evangélicas brasileiras, que são maioria de 60% nas igrejas. Abre-se, portanto, uma chance para o petismo dialogar com o segmento e convencer as companheiras religiosas dos males que a direita traz.

Nem vale a pena criticar a sequência de eventos - vitória de Trump, opressão machista lá, o mesmo cá -, tão furada quanto a orelha do Laranjão. Podemos ir direto para a parte em que os petistas devem convencer as evangélicas oprimidas a largar a direita opressora. Como eles farão isso?

Seria através de uma campanha publicitária na TV? Seria com folhetos como os que eles usaram para tentar influenciar o segmento na última eleição? Entrar na igreja e fazer discurso é impraticável, o pastor não vai deixar. No fim só vai restar mesmo a Kombi na esquina, a solução que eles até agora se recusam a adotar.

Sugerimos pintá-las de cor-de-rosa para os machistas não chegarem perto.


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