sábado, 20 de julho de 2024

Apu tá junto

Tem o simpático Apu Nahasapeemapetilon, que só quer cuidar de seu mercadinho nos Simpsons. Mas o Apu que eu conheço vive por aí com a galera, participando de todas as ondas. Você pode ter certeza, se o pessoal estiver lá, Apu tá junto. Se forem todos embora, ele vai também. Apu tá sempre junto.

Por isso, se você quiser saber qual é a tendência do momento, é só ver o que Apu tá fazendo. Ontem, por exemplo, estava rodando mais uma versão de "nós temos convicções e não aliviamos para ninguém porque somos independentes".

O tema era a "brincadeira de mau gosto" do Grande Líder, que, considerando-se muito espirituoso porque sempre tem alguém fingindo ter se divertido em suas plateias amestradas, acabou soltando aquela de que corintiano tem direito a bater na mulher.

Como assim, "brincadeira"? Comigo não, violão, a imprensa pode aliviar, mas eu não alivio não. Querem me atacar por não ser militante cega, que ataquem, mas eu jamais deixarei de defender meus elevados princípios. Essa foi mais uma manifestação do abjeto machismo que precisamos eliminar como sociedade.

Milly Lacombe não deu mole no UOL. Apu tá junto, Mariliz Pereira Jorge atacou na Folha. Até seus títulos eram parecidos, "O machismo de Lule" num caso, "O repugnante machismo de Lule no outro. Seus argumentos também. Mais uma vez! Não é possível que isso se repita toda semana. Até quando suportaremos?

Claro que ambas também souberam contextualizar suas críticas. Está certo que ele é meio velho, "um homem de outra época", mas devia estar preocupado em aprender. Está certo que ele não é Bolsonaro, que realmente desprezava as mulheres, mas devia ter mais cuidado com o tema de suas piadas.

O clima era esse quando surgiu a bomba da mensagem de zap em que o filhote chamava a madrasta de "puta". Bomba silenciosa, porque a imprensa convencional não tocou no assunto. E as nossas duas valentes guerreiras tampouco o fizeram.

Nem vão fazer, pode apostar que Apu continuará junto aí também. Criticar dentro de certos limites faz até bem para o criticado, mostra que ele é um ser humano que tem suas falhas, gente como a gente. Mas alguém lá de cima deve ter decidido que o caso da "puta" ia pegar realmente mal e mandou todos calarem a boca.

Imagine se fosse com Bolsonaro. Pois é, é aí que você sabe com quem Apu tá.

Restou ainda a questão de saber se a mensagem era verdadeira, um print qualquer um pode falsificar. Ontem dava para ficar em dúvida, mas é só pensar no escândalo que o Esgotão e similares estariam fazendo hoje se pudessem acusar alguém de armação. O silêncio deles é eloquente. E coletivo, Apu tá sempre junto.

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