Falso antipetista que ajudou o Expre a ressuscitar sim, mas burro o Mario Sabino não é. Como viveu na França e gosta de lá, ele costuma escrever bons artigos sobre a terra. É o último destes é França, o risco agora é o país ser governado pela extrema esquerda, que pode ser lido na íntegra aqui.
No artigo, publicado no Metrópoles, Mario conta que os socialistas abandonaram a coalização centrista que apoiava Macron e se aliaram à extrema esquerda capitaneada pelo antissemita Mélenchon, amigo do Molusco e tão corrupto quanto ele, que agora tem chances reais de chegar ao poder
Do outro lado, num movimento similar, apoiadores de Macron mais à direita o trocam pela chamada extrema direita de Le Pen e Bardella, grande vencedora francesa das euroeleições. Aqui há muitas brigas internas, pois muitos líderes desses partidos não concordam com a mudança. E é aí que Sabino escreve:
O dado incontornável é que, mesmo com a oposição dos caciques da direita moderada em fazer aliança com o partido de Marine Le Pen e Jordan Bardella, a maior parte dos seus eleitores votará na extrema direita no segundo turno das eleições legislativas, cujo primeiro turno ocorrerá daqui a três semanas.
Ou seja, a turminha do voto nulo não se criaria na França, o eleitor de direita que estava embolado com outros no centro não vai trabalhar para a esquerda como fizeram os falsos direitistas daqui. E o mesmo acontecerá em algum grau do outro lado, desidratando o centro mais à esquerda, de estilo tucano.
Movimento similar se dá na Alemanha, onde os bons resultados do direitista AfD obrigam a direita comportada a esquecer a antiga ideia de boicotar os "extremistas". E onde também houve um crescimento, embora bem menor, de uma esquerda mais radical. Novamente, quem encolhe é o centro.
A chamada extrema direita também cresceu em países como Bélgica, Holanda e Portugal. E até na Inglaterra, onde a esquerda continua abrigada no Partido Trabalhista, mas as intenções de voto no Reform UK de Nigel Farage (foto acima) ultrapassam pela primeira vez as do Partido Conservador do primeiro-ministro Rishi Sunak.
Isso não significa que aquele centro "moderado" está morto, mas a tendência é essa. A franja abertamente direitista cresce, a esquerdista cresce um pouco menos (talvez porque já estivesse bem forte no centro) e o espaço da terceira via, hoje ainda predominante, vai paulatinamente se estreitando.
Quem mais perde com isso é o globalismo, a tentativa urdida pacientemente por décadas de dominar as nações a partir de órgãos globais que no limite tornariam irrelevantes as decisões democráticas de cada povo. Mesmo a extrema esquerda que cresce agora em alguns lugares é nacionalista.
Ao contrário do que dizem os defensores daquele centro pastoso que ainda está por aí, o atual "radicalismo" não representa um ataque à democracia, mas o seu resgate. Que ele prossiga, com cada lado defendendo o que acha certo. E com o povo decidindo qual lhe parece melhor.
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