O líquido negro é o petróleo da foz do Amazonas, a moça é o Brasil e o rapaz é a Guiana. A pergunta que vale uma grana preta é: o que vai acontecer se ele continuar bebendo enquanto a menina olha para a letárgica tia Marina e espera a autorização da estranha para beber também?
No final de Sangue Negro, o fanático Eli Sunday (Paul Dano) viu tudo dar errado e tenta vender a fazenda antes tão desejada para o magnata do petróleo Daniel Plainview (Daniel Day-Lewis), que reage às gargalhadas.
Aquele monte de areia infértil não tem mais valor, explica Plainview a Sunday (os nomes são muito bons), pois ele comprou todas as terras ao redor e retirou o petróleo que havia sob aquela como se o chupasse de canudinho, petróleo é líquido, não respeita os limites estabelecidos pelos humanos na superfície.
A opinião de uma Marina só poderia se levada em conta se fosse acatada pelo Brasil e pela Guiana. Uma vez que um passa a beber, ao outro só resta correr para não acabar com sede. Mas não é o que ocorre, nem mesmo nos bastidores, a Petrobras tem comprado equipamentos como nunca, mas nenhum destinado àquela região.
Quem falou do canudinho esses dias foi Alexandre Silveira, ministro das Minas e Energia que está certíssimo nesse ponto. Porém a imbecilidade nacional é tamanha que essa declaração passou batida e se continua a falar desse petróleo como se a questão fosse o meio ambiente e não quem vai ficar com o dinheiro.
Pior do que parece
A moça da imagem acima só usou os canudinhos porque não havia outro copo à disposição e quis ser gentil com o rapaz, mas ele imaginou outra coisa, ela o rejeitou, ele insistiu e acabou por estuprá-la. Agora ela está grávida e tem direito legal a abortar, embora, naturalmente, dentro de um prazo.
Na Alemanha o prazo é 12 semanas, na Suécia 18. Aqui o CRM estabeleceu 22 semanas, um juiz careca eliminou qualquer limite como os psicopatas petistas defendiam, e o Congresso reagiu, definindo que aborto após as 22 semanas é assassinato.
Inconformados com a "perca" do direito de matar o bebê até minutos antes do parto (e com uma injeção no coração que não se usa nem para animais), os psicopatas passaram a mentir que o Congresso estava proibindo o aborto legal e promovendo o estupro. Entre os que se superaram nos exageros está o global Otário Guedes:
O estuprador está sendo incentivado a caçar mulheres em período fértil e ter um filho porque se ela é condenada ela vai ter a pena maior. E aí eu vou dar um passo a mais, ele pode até pedir a guarda dessa criança porque como é que vai deixar com um homicida? Como é que vai deixar com uma mãe presa? Então ele fica com essa criança inclusive para poder abusar dessa criança.
Além das suas fantasias de precog, Otário esqueceu que a questão é o prazo e a mãe jamais será presa se a criança nascer. Mas esse é o nível da argumentação que essa turma está usando por aí, sempre contando com a imbecilidade do público a que se dirige. Parece que botaram um canudinho e chuparam o cérebro do pessoal.
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