Parece ligação de telemarketing daquela fase de explosão do serviço. "Continuaremos nos dedicando", "estaremos providenciando" e todo aquele abuso da indefinição do gerúndio que caracterizava comicamente o setor. Só não tem tanta graça porque as meninas foram substituídas por ministros do desgoverno.
Pegue a responsável pela Saúde, exceto quando se trata de show de batecu ou maracutaia para ajeitar algum cupincha, ela está sempre estudando, analisando ou pensando no que deve fazer. O máximo que sai dali é um futuro em que a pasta comprará ou implementará, mas aí você já sabe que é mentira.
Não é só ela, seus colegas nunca têm um passado ou um presente para apresentar. O Pimenta foi nomeado ministro para tratar de uma situação emergencial e até agora, um mês depois, não tem ideia do que fazer. Quem teve foi o gênio que resolveu importar arroz para dificultar a vida dos agricultores gaúchos.
E isso que eles já sabiam que as mudanças climáticas estariam causando problemas para os quais nós estaríamos tendo que nos preparar. É o que diz Marina Silva, ministra e alegada estudiosa do Meio Ambiente que, depois de um ano e meio, ainda está prometendo apresentar um plano de atuação.
Mas é até melhor que seja assim, o único projeto que eles seguiram à risca foi o do Arcabouço Fiscal. A parte de estourar os gastos foi implementada com sucesso. E a de buscar dinheiro para tapar o rombo segue o script imaginado: "Continuaremos aumentando e criando impostos, obrigado por sua ligação."
FDPs
EDITORIAL: 'Cármen Lúcia e a eleição como juízo final' - Num peroração exaltada, repleta de invectivas, frases de efeito e barroquismos, a ministra parece estar disposta a tratar o TSE como um "tribunal da verdade" nas próximas eleições. Em sua posse no TSE, Cármen Lúcia repetiu à exaustão as palavras "ódio", "mentira" e "medo", como se estivéssemos às portas do apocalipse, e não de uma eleição.
Correto, não? O restante do texto também. O irônico é que o editorial é do Ex-tadão, que apoiou todas as arbitrariedades do STF e do TSE desde a última eleição. Ainda ontem estava defendendo a aprovação do PL da Censura (2630, das Fake News). Agora, de repente, os fdps mudaram de posição.
Mário Sabino foi outro que fez uma bela crítica aos destemperos da Madrinha da Censura, salientando, em sua coluna no Metrópoles, os imensos benefícios das redes sociais em termos de informação e socialização. Pena que é mais um fdp, um isentão (petista enrustido) que chancelou as barbaridades dessa gente quando lhe interessou.
Maquiavel
Por que Carminha exagerou? Pelo mesmo motivo que Moro será julgado por uma piada e o pessoal do aeroporto de Roma será indiciado. Para mostrar que eles fazem o que querem e não adianta invocar a lei, são eles que mandam e não é porque o Xandão não está à frente do palco que não se deve mais temê-los.
Como dizia Maquiavel naquela parte em que discute se é melhor ser amado ou temido pelo povo, o príncipe que escolheu ser amado pode mudar e tocar o terror, mas quem optou por ser temido tem que ir até o fim, pois será desrespeitado (e derrubado) se tentar pagar de bonzinho depois. Uns foram derrubados do mesmo jeito.
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