segunda-feira, 3 de junho de 2024

Apoio para desconfiar

Finalmente encontramos alguém da grande imprensa que concorda conosco nessa questão do combate às fake news (nas redes sociais, com as mentiras dos outros meios o pessoal não se preocupa). Tamanha é a coincidência que decidimos destacar alguns trechos do editorial em que este libertário veículo trata do assunto.

A desinformação é um problema real que desperta apreensões no mundo inteiro. Mas há o risco de superestimar o seu impacto e de enfrentá-la com leis iliberais que não só agridem a liberdade de expressão, como podem ser contraproducentes. Um levantamento divulgado pelo Reuters Institute, de Oxford, mostra que informações consideradas “problemáticas” são só uma fração das informações em circulação (0,15% nos EUA, por exemplo), que só atingem (e menos ainda influenciam) uma fração da população. Há poucas evidências de que fake news alteraram resultados de eleições.

Não falei? Não é o que a gente sempre disse? Quem viu um dos "zaps hipnóticos" que atribuíram a Bolsonaro em 2018? Nem a autodenominada "putinha do PT", que lançou a palhaçada, conseguiu nos dar esses exemplos. E mesmo que houvesse algum quase ninguém mudaria seu voto por ele. O pessoal sabe que políticos mentem, não cai assim tão fácil em roubada, o furo que ela deu estava furado.

Um estudo internacional avaliou a eficácia de 11 medidas de combate à desinformação, incluindo a censura. As mais eficazes foram justamente as que não agridem a liberdade de expressão e envolvem a atuação da sociedade civil, como rotulação de postagens, informações corretivas, moderação de conteúdo e letramento digital. São as armas que Taiwan, por exemplo, privilegia com sucesso no enfrentamento da maior máquina de desinformação do planeta: o Partido Comunista Chinês.

Isso é importante para nós que enfrentamos a máquina de desinformação comunista do PT. A palavra que faltou é DESCENTRALIZAÇÃO. Quanto mais democrática a rotulação de algo como fake e sua correção (como o X hoje permite), tanto melhor. Quanto menos (com agências de checagem politizadas e órgãos governamentais), tanto pior.

Não obstante, leis criminalizando a desinformação estão se proliferando. Um levantamento em 32 países mostra que, na maioria, fake news são mal definidas e deixam ao governo discricionariedade para decidir o que é ou não “desinformação”. O risco é de que medidas voltadas a uma conduta dolosa específica acabem, pela ansiedade pública ou oportunismo político, restringindo territórios muito mais amplos, incluindo conteúdos problemáticos, mas não demonstravelmente falsos ou dolosos. Quem quer matar uma mosca com uma bala de canhão arrisca-se a deixar muitas vítimas pelo caminho. Desinformação se combate prioritariamente com informação. O direito penal deve ser o último recurso para casos específicos e extremos. Essa tem sido a orientação do Legislativo. Infelizmente (e perigosamente) não é a dos chefes da guarnição no Executivo e no Judiciário.

De novo: não é o que a gente sempre fala? Os idiotas podem cair na conversa de que tudo se trata de atacar ou defender a mentira. Mas quem define o que é fake? Pior que criminalizar é deixar que uma autoridade decida o que é crime ou não. E isso vale para qualquer nação, mas seria muito pior numa em que o Executivo e o Judiciário estão nas mãos de psicopatas com tendências totalitárias.

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A essas alturas todos já devem saber que os trechos citados fazem parte do editorial do Estadão de ontem. O que é estranho se você considerar o que anda se proliferando (como diz o editorialista) ultimamente por lá. O que terá acontecido? Eles estão tentando voltar a ser o que eram depois de defender o golpe eleitoral e a censura do sistema STF/PT? As velhinhas bolsonaristas tomaram o jornal a golpes de Bíblia? O diretor escorregou no banheiro e bateu a cabeça no chão? Ou foi o PIX que atrasou?

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Mais uma de Tia Reinalda, de cujas vergonhas falamos ontem. Segundo a juíza Ludmila Grillo, perseguida política exilada nos EUA, Titia escreveu que o pai de Alexandre de Moraes faleceu orgulhando-se do trabalho do filho na "defesa da democracia". Que ele tivesse orgulho da posição alcançada pelo seu guri seria normal para um pai. Mas tanto o velho como sua atual esposa eram adeptos abertos de Bolsonaro, como apoiariam os atos ditatoriais? De onde Tia Reinalda tirou isso? Provavelmente de lugar nenhum, mas não adianta acusá-la de criar fakes. Como trabalha num veículo jornalístico, lhe bastaria atribuir a invenção a uma "fonte" para continuar mentindo à vontade.


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