domingo, 23 de junho de 2024

A inveja dos não talentosos

Sempre teve gente presa injustamente nesse país, no mundo todo tem, mas dificilmente você vai encontrar um caso como o do Felipe Martins. No momento em que não era acusado de nada, ele foi preso por ter viajado ao exterior, no que poderia ser uma fuga de uma futura acusação! E depois se descobriu que ele nem viajou!!

Para o petismo explícito e para a imprensa que assinou cartinha isso não importa, afinal ele é "bolsonarista" e não tem direitos a reclamar. Mas não é aí que sua prisão é mais festejada, é entre os isentões (Mainardis, Gentiles, MBLs e outros), que normalmente se referem a ele com um ódio indisfarçável.

O que o sujeito lhes teria feito? Nada além de existir. Com sua cara de garoto comportado, Felipe tem o physique du rôle de um integrante do MBL. Só que ele virou assessor do presidente, apertou a mão do Trump, é lembrado por este... tudo aquilo que os MBLs (o presidente Gentile entre eles) queriam ser e nunca serão.

Grupos como o MBL surgiram convocando as pessoas às ruas para pedir o impeachment da Juju e devem ter imaginado que o papel depois assumido por Bolsonaro seria deles. A inveja que sentem do Capita se multiplica compreensivelmente no caso do Felipe. E da inveja para o ódio é só um pulinho.

Mesmo assim, o artigo que o site do Mainardi e do Gentile publicou ontem é uma vergonha. Seu autor (que desconfio ser o comediante) não critica a arbitrariedade da prisão, debocha da vítima (o "Ripley de Sorocaba") e ainda atribui a sua não libertação a Bolsonaro. Depois a gente exagera quando diz que eles são iguais aos petistas.

O que sobrou

Imagine que na última eleição o MBL tivesse dito algo como "o Bolsonaro está errado em quase tudo o que faz, mas entre ele e a extrema esquerda nós vamos apoiá-lo". Hoje, com um candidato "bolsonarista" que não entusiasma ninguém, o Kim teria mais apoio para ser prefeito ou menos? Muito mais, sem dúvida.

Num ramo em que até os fenômenos de popularidade procuram ampliar suas alianças, como alguém pode querer chegar ao poder isolando-se, fazendo inimigos e descartando possíveis amigos? Será que quem age dessa forma quer mesmo obter um cargo executivo e se expor ao desgaste de ocupá-lo?

Creio que até pensavam nisso no início, mas o atual projeto dos menines é fundar um partido e viver das verbas partidárias, elegendo um deputado aqui e um vereador ali (no legislativo é mais fácil, só precisa falar). O Rui Costa Pimenta conseguiu, o Eyamel também, por que eles não podem? Mas a inveja permanece.

Ato falho

No filme, o talentoso Ripley acaba por assassinar o ricaço e assumir a sua identidade. Além de se apropriar do que pertencia legitimamente a outro, ele ainda o mata. O apelido que eles deram ao Felipe Martins não deixa de ser significativo.


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