sábado, 22 de junho de 2024

The Hoods

Todos conhecem Robin Hood, que vivia na floresta de Sherwood e roubava dos ricos para dar aos pobres. O que pouca gente sabe é que Robin foi apenas o integrante mais famoso de uma destacada família da época. As histórias completas de seus parentes se perderam com o tempo, mas lendas locais ainda nos falam deles.

Roubar um pouco de todos para dar muito a poucos era a especialidade de Lobby Hood, que podia viver em Sherwood ou não e podia atacar caravanas de nobres arrogantes ou não, depende de quem o contratasse. Perdoado pelo rei, mudou-se para Londres, ajudou a redigir a Magna Carta e passou a atuar junto ao Conselho dos Barões que precedeu o Parlamento, dando início à atividade que hoje leva seu nome.

Já Tobi Hood flanava feliz pela corte, cuidando das flores e fofocando com as cozinheiras, até que a família acertou seu casamento com Lady Marian. Desesperado, Tobi fugiu para a floresta onde passou a viver com João Pequeno, um grandalhão que derrubava os adversários com uma vara enorme (entenda literalmente se quiser), e Frei Tuck, expulso por pedofilia do mosteiro.

Sem tirar nada de ninguém, Tobi dava para ricos e pobres e era conhecido como o estilista da família. Embora preferisse a cor rosa, é dele o modelito imortalizado no cinema por Errol Flynn, com chapéu enfeitado, calça collant bem justinha e um gibão acinturado cuja parte inferior parece uma minissaia.

Falando em filmes, você deve ter visto aquele em que Robin volta das Cruzadas com um colega negrão. Mas quem fez isso foi seu primo Rockin Hood, baladeiro com espírito empresarial que percebeu as imensas possibilidades da união entre a música folclórica de seu país e os ritmos africanos dominados por seu amigo.

Instalados em Liverpool e trabalhando com o irmão de Rockin, Popin Hood, eles lançaram as bases de um movimento musical que chegaria à maturidade e ganharia o mundo séculos mais tarde, na mesma época em que, por coincidência, a minissaia imaginada por Tobi para homens virava moda entre as mulheres.

Um pioneiro que não se deu tão bem foi Golpin Hood, que reuniu alguns idosos e passou a exigir eleições auditáveis na frente do castelo. Na Inglaterra civilizada de hoje ninguém lhes negaria esse direito, mas na Idade das Trevas cada senhor feudal fazia o que queria e o xerife careca de Nottingham os jogou no calabouço.

Outro que passou dificuldades foi Ovnin Hood. Ao estudá-los, ele concluiu que os misteriosos círculos nas plantações inglesas não eram obra de demônios como os padres diziam, mas marcas deixadas por extraterrestres que nos visitavam em carruagens aéreas e foram tratados como deuses pelos povos da antiguidade.

Perseguido pela Igreja, que queria queimá-lo por bruxaria, Ovnin refugiou-se na Suíca, alterou seu sobrenome para Von Daniken e instruiu seus descendentes a guardarem seus conhecimentos dentro da família, geração após geração, até que o mundo estivesse preparado para recebê-los.

Mas quem ficou na memória do povo foi mesmo Robin e sua luta por justiça social, que todos elogiam, embora nem sempre compreendam bem. Ninen Hood, por exemplo, entendeu tudo errado. Ao ser informado de que poderia promover um distributivismo similar ao de seu ancestral através de medidas fiscais, tirou as multas dos amigos super-ricos para tascar mais imposto na blusinha dos pobres.

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