Judeus portugueses se abrigaram na Holanda, alguns de seus descendentes vieram para o Brasil e descendentes destes saíram do Recife para povoar Nova York (que ainda nem tinha esse nome) no século 17. O que pouca gente sabe é que estes últimos levavam consigo uma assessora de imprensa que vive na cidade desde então.
Atualmente trabalhando para a Folha, essa jornalista normalmente apresenta temas dos EUA ao leitor brasileiro. Mas hoje, talvez inspirada pelo exemplo das cartas que ninguém lê do colega Chamil Jade, decidiu mandar um recado para o eleitor progressista americano.
O resumo da sua mensagem é: Não se deixe enganar, o velhote caduco não pode ser desculpado por permitir o genocídio dos palestinos em Gaza, mas você precisa deixar sua sensibilidade em suspenso e votar nele porque seu adversário é um monstro criminoso que vai destruir a civilização.
E não é só o Trump, os mais terríveis adjetivos são reservados a quem não conta com a simpatia da articulista. George W. Bush é um pilantra responsável pelo ISIS e toda a baderna que existe no mundo de lá para cá, a Suprema Corte que lhe deu a vitória na eleição até hoje contestada pelos democratas (eles podem) é pior.
Sobrou até para o brasileiro Bolsonaro. E para o democrata Lyndon Johnson. E para o Ralph Nader! Sim, o defensor do consumidor, o Celso Russomano que deu certo na vida, responsável pela introdução do cinto de segurança nos automóveis. O artigo começa perguntando se a gente lembra dele.
Lembramos, é claro, não estávamos naquele navio que partiu do Recife, mas já não somos assim tão jovens. Pois apesar de todo o seu progressismo, ele foi outro fdp que ajudou George W a se eleger, concorrendo a presidente pelo Partido Verde e levando votos que normalmente seriam destinados ao democrata Al Gore.
Apesar dele jurar o contrário, a veterana garante que o safado sabia bem o que estava fazendo ao agir como uma espécie de MBL de sinal trocado, dizendo-se da verdadeira esquerda progressista para roubar eleitores desse campo e assim ajudar a direita a vencer.
Pois o Ralph Nader da vez é a ojeriza à matança permitida pelo Biden, nós entendemos. A questão é saber se o universitário americano que derruba estátua de escravagista é capaz de entender. Se for ainda será necessário enviar-lhe um exemplar da Folha e um dicionário inglês/português, mas um problema de cada vez.
Por fim, pode lhe parecer estranho que alguém sensível como a jornalista não faça uma única menção ao ataque do Hamas que causou a resposta de Israel. Mas isso é bronca antiga com os judeus, seu plano inicial não era permanecer em Nova York, mas o pessoal do navio lhe deu um calote e ela não teve como pagar a passagem de volta.
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