Foi uma surra como poucas vezes se viu, tanto nos placares como no total de assuntos abordados. Numa só noite, o desgoverno foi derrotado na questão da defesa da saidinha dos presos, na tentativa de criminalizar o que considerasse fake news e nos vetos que tentou impor à nova Lei de Diretrizes Orçamentárias.
Estas últimas ficaram em segundo plano, mas são importantes porque qualquer utilização de recursos públicos para promover o que é proibido pela LDO permite acusar o presidente por crime de responsabilidade. Assim, o lulopetismo não poderá estimular financeiramente:
A invasão ou ocupação de propriedades rurais privadas.
Ações tendentes a influenciar crianças e adolescentes, da creche ao ensino médio, a terem opções sexuais diferentes do sexo biológico. Ações tendentes a desconstruir, diminuir ou extinguir o conceito de família tradicional, formado por pai, mãe e filhos.
Cirurgias em crianças e adolescentes para mudança de sexo.
A realização de abortos, exceto nos casos autorizados em lei.
Os governistas reclamaram que termos vagos como "influenciar" e "tendentes" permitem interpretações enviesadas. Mas não é muito pior o que esses cínicos queriam fazer com a "criminalização das fake news"? Que tomem uma pequena dose do próprio veneno. E eles estão se fazendo de bobos, mas sabem bem do que se está falando.
Já o Nine pode até ter gostado de ganhar uma desculpa para brecar internamente os militantes de causas impopulares. Mas, caso não seja assim, quem se importa? Ele não tem condições políticas de reagir ao que foi decidido. Quem tem, e talvez o faça, é o STF, que muito mais manda nele do que o contrário. A antiga raposa hoje não passa de um fantoche dos togados.
No encerramento dos trabalhos, ainda foram aprovados o imposto de 20% para as blusinhas chinesas e modificações na campanha lulopetista contra os CACs. Além de dificultar a venda de munição, o desgoverno queria dizimar os clubes de tiro exigindo uma distância exagerada entre eles e as escolas; os congressistas o brecaram.
Pior do que quem acreditou no arcabouço fiscal só quem levou a sério a picanha. Segundo a Folha de hoje, um levantamento realizado por parlamentares cariocas em parceria com a UFRJ revela que quase meio milhão de pessoas sofrem de "insegurança alimentar" na cidade do Rio de Janeiro. Mas a cervejinha o descondenado garante, basta vender o celular roubado e convidar os cupinchas.
O arroz também está assegurado. O desgoverno vai importar arroz asiático e vendê-lo em embalagens de dois quilos, com logotipo próprio e preço tabelado de R$ 4/kg. Como o produto custa mais de 3 reais FOB, deve haver algum subsídio ou malandragem nessa história. Sem falar em alguma comissão por baixo dos panos, é claro.
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