O Ipsos fez uma daquelas pesquisas comparativas entre vários países e descobriu que quem mais acredita em Deus são os habitantes do Brasil e da África do Sul, terra de nosso Elon Musk. Em ambos, 89% do povo acredita. Mais abaixo estão Turquia, Índia e vários países latino-americanos. E depois os Estados Unidos, com 72%.
Na Europa, Polônia (64%) e Itália (60%) são exceções entre os pesquisados, pois a maioria está na faixa dos 40 e poucos. Canadá está nos 60%, Austrália nos 57%. O xintoísmo faz o Japão fechar a lista com apenas 19%. E a tabela completa pode ser vista na reportagem da BBC sobre o tema.
Dos nossos 89, 17 não se consideram seguidores de nenhuma religião e entre os 72 restantes a imensa maioria é cristã. Aqui a pesquisa dividiu o pessoal entre católicos e outros (quase todos evangélicos). E dividiu também por idade, o que deu um resultado muito interessante.
Enquanto 38% dos que têm mais de 23 anos se declaram católicos, apenas 23% dos que têm até essa idade fazem o mesmo, um abismo de 15 pontos numa diferença que é esperada, pois muita gente só pensa no assunto quando a idade começa a indicar que a sua estrada também terá um fim.
Entre os evangélicos e outros a diferença também acontece, mas é muito menor: os maiores de 23 são 29% e os menores 26%. E a grande curiosidade é que, se estes números estiverem corretos, entre os jovens já existem mais evangélicos do que católicos. Na margem de erro, pelo menos um empate.
Outras pesquisas mostram um números de pessoas sem religião ainda menor, dos 8% do censo de 2010 aos 14% de um Datafolha de 2022, mas isso pode ser explicado pelo fato da pesquisa online da Ipsos pegar proporcionalmente poucas pessoas pobres, cuja religiosidade costuma ser maior que da classe média para cima.
De qualquer modo, o que vale não são os números exatos, sempre duvidosos, mas as tendências convergentes. Uma destas é que o Brasil é um dos países em que tanto a religiosidade como a crença em Deus se mantém relativamente altas entre os que têm maior poder aquisitivo. E assim vamos indo.
Estão aprendendo
Brincando um pouco, diríamos que os mais jovens e/ou ricos estão ficando mais religiosos porque são os mais apavorados com o tal aquecimento global. O sujeito gosta de esquiar, lê o DW e descobre que um estudo da universidade de Bayreuth concluiu que uma em cada oito áreas de esqui do mundo vai sumir até 2100. Meu Deus!
No entanto, um oitavo não é nenhum exagero, ainda sobram sete. E a população das áreas frias deve diminuir até lá, ninguém vai se apertar. Pelo lado dos pesquisadores, pouca gente que ficou sabendo de seu trabalho hoje chegará a 2100 para conferir se ele estava certo ou não. Os caras estão aprendendo.
Quem não aprende é a Greta, que dia desses entrou em cana de novo. Pelo jeito ela ainda não percebeu que a personagem "criança preocupada com o futuro da humanidade" não combina mais com a sua idade. Alguém precisa reprogramar o robozinho sueco antes que seja tarde demais.
Nenhum comentário:
Postar um comentário