sexta-feira, 1 de março de 2024

Um dia realmente bissexto

Perdi a aposta. Baseado no histórico da turma, tinha pensado comigo: "garanto que esses @$%# da imprensa nem vão falar do assunto". Mas lá está, justamente na Folha, em negrito, a manchete correta: "Ministério da Saúde suspende nota sobre aborto legal após pressão de bolsonaristas."

Não só isso. Logo abaixo, sem negrito, o complemento indispensável: "Texto afirma que legislação não prevê limite de tempo gestacional para aborto legal." Fantástico, extraordinário! A Folha está confessando que os petistas tentaram introduzir o "direito" de assassinar bebês até o último instante da gravidez.

Tentaram, não conseguiram, tiveram que recuar. Como foi com o kit gay, com a censura ampla e com tudo de depravado e totalitário que defende o partido que criou os maiores esquemas de corrupção da história humana. Algumas coisas eles conseguem passar através dos militantes que instalaram nos tribunais, outras não.

E por que eles recuam? Nunca é porque algum dirigente tem uma crise de consciência e diz: "para aí, pessoal, isso não está correto, é desumano, vamos parar". Como explicou a manchete, eles só recuam após a pressão da parcela antipetista e decente da sociedade, hoje reunida entre os "bolsonaristas".

Sempre foi assim, mas a notícia é a Folha ter dado a notícia, ter deixado registrado para a posteridade o que aconteceu. Fato raro, esparso, eventual, infrequente. Fato bissexto. Que não por acaso se deu no dia 29 de fevereiro. Quando os petistas negarem que um dia tentaram (como farão), será fácil lembrar quando foi.

Com adenosina, tudo bem

Claro que a Folha foi a reboque, quem deu o alerta em matéria do mesmo 29/2 foi a Gazeta do Povo, que ofereceu um link para o documento do ministério do batecu. Ele está aqui, guardado entre os documentos virtuais do jornal, em princípio a salvo das garras dos petistas que logo apagarão o original.

São quatro páginas repletas de malandragens retóricas e de expressões como "independente do tempo gestacional". Mas eles também se preocupam em rebater quem possa ver problemas em matar um bebê prestes a nascer. Num trecho que o Dr. Mengele, daquele outro PT, poderia assinar, eles dizem:

3.14 Além disso, teorias provenientes de estudos com animais sugerem a possibilidade de um estado intrauterino permanente de inconsciência, sobretudo pela presença de substâncias químicas como a adenosina, que suprime a ativação cortical maior na presença de um estímulo externo. Isso significa que, até o nascimento, quando ocorre a separação do recém-nascido do ambiente uterino, o feto muito provavelmente não é capaz de sentir dor.

Não é bacana, nem dói? Eu só não sei por que, na medida em que o aborto sempre traz um risco para a mãe, eles não propuseram esperar a criança botar a cabeça pra fora e passar um bisturi na sua garganta. Seria um questão de minutos, que diferença faria? Vai ver que resolveram deixar esse avanço para a próxima tentativa.

E pode ter certeza que eles vão tentar de novo e de novo. Não perdem nada do seu ângulo. Seu eleitor mais instruído normalmente concorda com eles. E o analfabeto que lhes garante viabilidade eleitoral nem consegue entender a linguagem utilizada. Só o que pode contê-los é a pressão dos "bolsonaristas".


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