Os conceitos legais de família, vida, casamento e temas similares são definidos pelo Código Civil, criado em 1916 e alterado, após anos de discussão, em 2002. Mas as mudanças não foram suficientes para os que, com a cumplicidade do banana que preside o Senado, querem aprovar um novo texto na calada da noite.
A reportagem sobre o assunto está na Gazeta do Povo de hoje e eu não vou ficar detalhando as alterações propostas porque tenho certeza que todos já imaginaram do que se trata. Só para dar um exemplo, a recente tentativa petista de liberar o aborto até o nono mês de gravidez está em linha com uma delas.
Não é fácil. Já lá se vão duas décadas de involução para um estágio mais animalesco, de degradação quase ininterrupta. O poço parece não ter fundo, sempre há mais uma volta na espiral descendente em que esse país entrou desde que seu governo foi entregue ao que de mais corrupto e depravado a política nacional já produziu.
Macacas
E a deterioração da chamada "grande imprensa"? A escandalosa transformação de jornalistas que deveriam zelar por seu nome em macacas de auditório de promotores de arbitrariedades, sua cumplicidade com esquemas que não são apenas sórdidos, mas ridículos, baseados em argumentos falsos e primários?
Você pensa que eles bateram no fundo quando chamaram de golpe a invasão de um prédio por idosos. Mas não, a penúltima é chamar um documento que comentava a possibilidade de decretar Estado de Defesa de "minuta do golpe" (como se falar sobre um dispositivo legal fosse crime). E a última é internacional e quase inacreditável.
A Suprema Corte decidiu que os processos a que Trump responde não são motivo para retirá-lo das eleições. E ao invés de se envergonhar com nossas inelegibilidades "tapinha na cara", teve militante de redação que dobrou a meta de subserviência e conseguiu escrever que a nossa democracia bananeira é mais sólida que a americana.
Mono
Para começar, reitero aos lacradores que tenho lugar de fala. Os torcedores do Grêmio chamavam os do Inter de "macacos" e alguns destes iam para os jogos com máscaras de gorila, pulando como um a cada gol. Ainda hoje você pode ver a faixa "Bem-vindo ao planeta dos macacos" em jogos do Beira-Rio. Zoeiras do futebol.
Mas o assunto é o comentarista esportivo PVC, que, em sua coluna no UOL, se espanta com a animosidade dos espanhóis contra o Vinicius Jr. São os torcedores que lhe jogam bananas, são os colegas de profissão do Vini, são os colegas de crônica do PVC, todos estão errados e tratam mal o pobre rapaz que se insurgiu contra o racismo.
Não lhe ocorre que se os outros espanhóis fossem racistas não admitiriam negros em seu próprios times. Ou que Vini é um mimizento que, se deixando afetar pela tentativa de desestabilização dos adversários, atrai mais dela. Um chato que para o jogo no meio, faz teatro de vítima etc. Vai jogar bola e contar o dinheiro depois em casa, rapaz!
Renê Simões disse uma vez que a excessiva bajulação estava transformando o então jovem Neymar num monstro e o prejudicaria a longo prazo. A imprensa esportiva brasileira repete agora a dose com Vinicius Jr. E o resultado não deve ser muito diferente. Até nessa área o jornalismo nativo consegue atrapalhar o país.
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