Mas então eles estavam acompanhando? Não queriam noticiar, provavelmente para não registrar o crescimento do que chamam de "extrema direita", mas acompanharam os protestos dos agricultores europeus. E, como mostra o editorial do Estadão de ontem, ficaram incomodados com o resultado final.
Os agricultores venceram e não vai parar por aí, prevê com certa irritação o editorialista. Eles continuarão a influir na política local, mas, entre outras conquistas, já derrubaram restrições adicionais ao uso de pesticidas e ganharam o direito de não contribuir para "a redução de 90% das emissões de gases do efeito estufa até 2040".
O que o jornal não diz é que isso deve se estender para outros setores e acabará por sepultar a paranoia climática que o "sistema" tenta implantar. Há uma mudança de mentalidade na Europa que deve se refletir em breve nos resultados eleitorais. E lá não existe STF para impor o que a minoria quer.
O Ex-tadão não diz, mas Chamil Jade reconhece. Também ontem, ele revela que pesquisas de opinião mostram o crescimento do "movimento ultraconservador" por todo o continente, ameaçando o domínio woke no próprio Parlamento Europeu, cujos 705 deputados serão eleitos em junho. Em suas apavoradas palavras:
(...) os movimentos de extrema direita tiveram dez meses consecutivos de avanços nas pesquisas (...) o grupo poderia ocupar entre 98 e 100 lugares a partir de junho (...) partidos que hoje fazem parte do bloco da direita tradicional talvez abandonem o grupo para engrossar a extrema direita.
Se confirmado (...) o posicionamento do órgão em debates sobre gênero, religião e organismos internacionais pode sofrer uma profunda mudança (...) e dificultar a reeleição de Ursula von der Leyen como presidente da Comissão Europeia.
O impacto não se limita apenas ao Parlamento. O movimento ganha espaço nas eleições nacionais de Portugal, Áustria e França, além de já estar no poder na Itália e outros arranjos nacionais pela Europa.
Para nós isso é bom, abrindo a possibilidade de contestação internacional à atual ditadura reconhecida por 64% da população.
Não que exista um alinhamento automático, pois a imprensa esquerdista europeia deve apresentar Bolsonaro como monstro e o deputado europeu pode julgar que não vale a pena se queimar com eleitores locais tentando explicar um tema distante. Mas até algo negativo, como um possível pedido de boicote a produtos brasileiros por falta de democracia, pode acabar sendo favorável.
EUA
E ainda temos Trump nos EUA, muito mais importante para nós. Será que o Laranjão se elege realmente? Num artigo publicado hoje por aqui, Paul Krugman nos enche de esperança. Sem querer, é claro, pois ele tenta provar que Biden fez um excelente governo e não está nem ficará senil.
O velhote esquece algumas coisas, argumenta Krugman, mas isso acontece, ele não está senil. Se confunde de vez em quando, mas isso acontece, ele não está senil. X, porém Y, ele não está senil. Esquece, troca, se confunde... senil, senil, senil. Com defensores como esse o Biden não precisa de inimigos.
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