segunda-feira, 26 de fevereiro de 2024

Choveu foi gente

"Vai chover", garantia a imprensa subordinada ao regime em uma última tentativa de esvaziar a manifestação. Teve também a "vai ter pancadaria com os capangas petistas de torcidas organizadas", a "o STF vai mandar prender todo mundo" e algumas outras, não se pode dizer que os militantes de redação não tentaram.

Sempre tem alguém que desiste ao ver algo assim. Mas creio que a única ameaça que teve efeito significativo foi a de perseguir empresários que financiassem caravanas de outras cidades. Fretar um ônibus para os clientes do mercadinho e acordar com uma acusação de golpe e a polícia revirando sua casa? Melhor não.

Não fosse isso, o protesto poderia ter sido 20 ou 30% maior. Mas ainda assim foi enorme, 750 mil pessoas segundo a SSP, que, recuperando-se da desmoralização das mentiras impostas pelo traidor da calça apertada, voltou a mostrar o expertise de quem precisa saber tamanho de público para calcular o de efetivo policial.

Tão grande que parte da imprensa desonesta tentou fazer de conta que não tinha acontecido. Falam de Bolsonaro o dia inteiro e falaram da sua convocação por duas semanas. E calaram quando viram o povo de verdade na rua. Foi tão ridículo que até um isentão (petista enrustido) como Mario Sabino se viu obrigado a escrever:



Mais safa foi a galera que decidiu fingir que não era importante. Tinha gente, mas Bolsonaro será preso igual porque disse isso ou aquilo, repetem eles sem se dar conta do recibo que passam ao não se referirem a atos que podem levar alguém para a cadeia numa democracia, mas a palavras que só têm esse poder numa ditadura.

Claro que, mesmo entre os petistas assumidos, há quem tenha reconhecido o clamor popular. Estes não entram no mérito dos temas que levaram as pessoas às ruas, é evidente, mas reconhecem o risco que isso representa para seus planos. Foi assim que o tal Tony Garcia, hoje onipresente nos comentários do X, escreveu:




Não é só o Tony. Até nos comentários do Esgotão tem petista chamando a direção do partido a sair do X, "organizar o povo" e dar o troco na mesma moeda. Coitados, não sabem que é o que a cúpula mais gostaria de fazer. Não faz porque não pode, nem com toda a mortadela do mundo conseguiria forjar uma manifestação equivalente.

Imagine então se, como alguém brincou ontem, o ex-presidiário convocasse o pessoal para defender aquilo que sua gang REALMENTE promove: apoio a terroristas da América Latina e do Oriente Médio, ditadura ao estilo bolivariano, censura, endividamento crescente do país, aborto liberado, ideologia de gênero nas escolas e por aí afora.

É óbvio que os canalhas nunca farão isso, jamais terão a satisfação de defender abertamente o que pensam. E, mesmo mentindo sobre seus objetivos, não tentarão competir. "Gente" virtual em comentário de internet ou programa de computador é fácil arrumar. Mas gente de verdade para encher avenidas só o outro lado tem.

Por fim, na linha de reflexos internacionais que citamos ontem, cabe destacar a detenção temporária do jornalista português. Os motivos eram falsos porque ele não precisa de visto. E as perguntas que lhe fizeram tinham teor claramente político. Nada poderia ter sido mais didático para quem veio ver o que acontece o país.


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