domingo, 7 de janeiro de 2024

Depósito de assuntos desagradáveis

5% dos homens britânicos (e 1% das mulheres) só lavam a toalha de banho uma vez por ano. Embora sem destaque, pois é preciso dá-lo à comemoração da vitória da democracia contra a milícia de velhinhas com Bíblia, a importante informação pode ser encontrada, entre muitas outras, n'O Globo de hoje.

E isso nos deixa um pouco preocupados, pois foi esse jornal que revelou os planos para sancionar o ministro Alexandre - um deles envolvia seu enforcamento em praça pública, outro contava com a conivência de forças especiais do Exército - e nós gostaríamos de saber como andavam as investigações a respeito do assunto.

Tem gente por aí pensando em enforcar pessoas, gente que tem contatos estreitos com grupos das Forças Armadas. Isso é muito perigoso, hoje é o ministro, amanhã pode ser qualquer um. O diário dos Marinho tinha a obrigação de dar prosseguimento à greve denúncia que publicou, por que repentinamente se calou?

Teriam eles, como dizem os petistas, se tornado bolsonaristas? Estariam sendo ameaçados por esse grupo secreto? Só pode ser algo assim, não acredito que, responsáveis como são, tenham se constrangido ao perceber que publicaram uma asneira que se tornou motivo de galhofa nas redes.

Seja como for, esse parece mais um assunto destinado ao limbo dos nossos grandes jornais, àquele canto do depósito em que eles guardam coisas como a matéria sobre as fake news da vidente Patrícia Campos Mello, que primeiro publicou a denúncia e depois saiu por aí a cata de provas de que ela era verdadeira.

Se você não fuçar, não vai nem imaginar que a grande prova da Patrícia devia ser o depoimento do folclórico Hans River, que a desmentiu no inquérito gerado por sua reportagem. A única coisa que escapa de lá é a informação de que Hans a acusou de oferecer sexo em troca de mentiras.

Ele mentiu, garantem os jornais quando falam do caso. Mas se não ter provas é mentir, seria necessário dizer que Patrícia mentiu primeiro. O mais correto é afirmar que ele não conseguiu provar a existência da oferta, que teria sido feita pessoalmente, numa das ocasiões em que ela passou em sua casa tarde da noite.

E o mais extraordinário dessa história é o motivo dela ter levado uma testemunha que a desmentiu. Dá a impressão de que a jornalista tinha certeza de que o teor do seu depoimento seria outro, mas na hora, talvez por ter intuído que nenhuma vantagem receberia por mentir, ele acabou falando a verdade.

Tem muito mais nessa parte do depósito, tudo assim, meio bagunçado. Tem, por exemplo, a questão do Allan dos Santos, do Oswaldo Eustáquio e da Interpol, da qual eles falam cada vez menos. Tem a da juíza Ludmila, agora asilada política nos EUA, que eles parecem especialmente dispostos a não mencionar.

Tem até cadáveres nos últimos tempos. Bem escondidos lá no fundo estão o pobre do Clezão e a coitadinha da Jéssica, que seriam tratados como novas Marielles se pudessem ser usados politicamente pela esquerda. E no fundo do fundo está o verdadeiro gabinete organizado do ódio com a sua Mynd.


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