quarta-feira, 24 de janeiro de 2024

Cui bono?

Passar pano para seus inúmeros crimes enquanto acusa seus inimigos de crimes inexistentes é a norma da nossa esquerda. Nunca foram eles, ainda que as provas se avolumem e comparsas arrependidos devolvam centenas de bilhões. Sempre são os outros, mesmo que nenhum centavo tenha sido desviado.

Com essa mentalidade, eles também tentam atribuir aos adversários qualquer assassinato de um dos seus. Fizeram isso lá atrás, gritando "crime político" e exigindo apurações rigorosas assim que souberam da morte do Celso Daniel. Lembro particularmente bem do Mercadante exercendo esse papel no noticiário da época.

Cerca de uma semana depois, no mesmo espaço, um nervoso Mercadante tentava se desvencilhar das perguntas do repórter repetindo que "foi crime comum, foi crime comum". Nem precisava repetir, esse é um daqueles casos em que meia palavra bastaria para entender.

Com a Marielle não tivemos a sorte da polícia resolver rapidamente o caso. E a esquerda se aproveitou disso para fazer comício sobre o seu caixão. Contando com uma imprensa já cúmplice, transformaram a vereadora inexpressiva numa campeã de todas as causas nobres do universo. E atribuíram sua morte a um inimigo.

Quem? Culpa de quem? De Bolsonaro, é evidente. Afinal ele mora no Rio e conhece todo mundo por lá, não é difícil encontrar um primo do vizinho do cunhado através do qual se possa ligá-lo a qualquer um. Até que o atirador foi visitá-lo logo depois do crime (quando ele estava em Brasília!) chegaram a inventar.

Imagine a cena. Ao contrário da norma, que é mandar o executor sumir do mapa, o mandante teria ordenado que ele passasse em sua casa assim que concluísse o serviço. "Pô, chefia, não dá só pra dar um telefonema com celular roubado?" "Nada disso, você tem que ir pessoalmente e falar meu nome na portaria."

Claro que a esquerda só solta essas versões porque sabe que o seu típico seguidor é um palerma incapaz de raciocinar por conta própria. E como os palermas passaram anos acreditando na fantasia, agora não conseguem aceitar que o mandante apontado em delação tenha sido outro.

Um nega a proximidade de Frazão com a gang petista. Outro diz que o irmão dele, que era deputado e tinha direito a passaporte diplomático, recebeu esse documento como um agrado pessoal de Bolsonaro. Um terceiro quer encontrar o mandante do mandante. E assim vai, bateu o desespero.

E era só pensar. Considerando que ninguém está acima de suspeitas, se tentassem matar o Molusco, seria natural levantar a hipótese de que o responsável era Bolsonaro (e vice-versa). Mas que motivo ele teria para mandar apagar uma quase desconhecida como a Marielle? No que a morte dela o beneficiaria?

Cui bono? Quem se beneficiaria? Agora que o tempo passou, podemos dizer com certeza quem se beneficiou: a esquerda brasileira como um todo, pessoas como Freixo e a irmã que virou ministra e conselheira de siderúrgica em particular. Todo esse pessoal que berrava por uma solução e agora repentinamente se calou.

Lembrei do Mercadante de novo.


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