terça-feira, 19 de dezembro de 2023

Vergonha, vergonha

Se o Ex-tadão sobreviver pelo tempo suficiente, chegará o dia em que os responsáveis pelo jornal terão vergonha da porcaria que ele se tornou na época em que passou a defender o lulopetismo e, particularmente, do seu editorial de hoje: "Os 'humanos direitos' e os direitos humanos".

É o que você que não leu talvez já tenha pensado. O editorialista está dizendo que as pessoas que pedem cana dura para assaltantes e assassinos não podem reclamar da dureza aplicada aos pobre-coitados que foram presos em 8 de janeiro, durante os protestos contra o que consideravam uma fraude eleitoral.

Nem é preciso lembrar das imagens apagadas e do restante da armação petista. Nunca se pediu que pessoas que invadem prédios e depredam móveis fossem presas sem julgamento e condenadas a penas altíssimas, sem provas dos crimes de que são acusadas e direito à defesa adequada. Nem para bandidos reais se pede isso.

Tratá-las como criminosos perigosos já seria absurdo, como piores é surreal. Só em Cuba se via protestos contra o governo serem chamados de tentativas de derrubar o regime e punidos como tal. Agora temos isso aqui. E com a anuência de uma mídia cúmplice e covarde. Vergonhoso esse editorial. Vergonha eterna para o Ex-tadão!

O de sempre

Quando foi possível comparar as pesquisas de opinião com o resultado real, no primeiro turno da eleição passada, tornou-se evidente que elas até então haviam sido utilizadas como propaganda oposicionista, pois, como sabia qualquer um que andasse pelas ruas, o apoio ao presidente Bolsonaro era muito maior do que indicavam.

Tão gritante foi a diferença que, para tentar explicá-la, os institutos chegaram a dizer que, aqui e em outros países, os eleitores à direita se recusavam a responder aos entrevistadores em maior proporção. E se isso acontecia antes deve ser até pior agora, quando ser contrário à esquerda pode dar até cadeia.

Considerando essa diferença, por pequena que seja, a mais recente pesquisa Datafolha mostra que petistas e bolsonaristas convictos dividem cerca de 55% do eleitorado em partes praticamente iguais. Mais 17% são muito simpáticos a um lado ou outro, 20% continuam em busca da terceira via, 5% são isentões e o restinho não sabe.

Os números se tornam ainda mais impactantes se lembrarmos que apenas 75% dos eleitores comparecem às urnas e votam em alguém, um percentual que deve ser maior entre os simpáticos e ainda mais entre os convictos. Os 72% (55+17) já definidos representam seguramente mais de 80% dos votos.

O Datafolha repete que Bolsonaro é mais forte no Sul/Sudeste e o Molusco tem o Nordeste. Eles só não gostam de mencionar as diferenças por nível de renda e educação, pois vendem o lulopetismo como uma escolha de pessoas intelectualizadas e ele na verdade vive de enganar os analfabetos totais ou funcionais.

De resto, "petista" e "bolsonarista" são categorias criadas pelo Datafolha que mantêm a fantasia de que um é sólido (partidário) e o outro passageiro (pessoal). Mas acredito que o tempo provará o contrário. O "petismo" soçobrará quando o analfabeto não tiver mais o painho para se agarrar. E o "bolsonarismo" continuará sem quem lhe dá nome, com as forças sociais que se reuniram pela primeira vez em seu entorno.

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