sábado, 2 de dezembro de 2023

Guerra na fronteira

Amanhã tem plebiscito na Venezuela e todos já sabem o que acontecerá. Se não der desta vez, os bolivarianos repetirão o processo ("democracia até demais") até que o pessoal canse e vote como lhes interessa, concordando que a Venezuela deve tomar a região de Esequiba, que hoje é parte da Guiana.

A disputa é um eco distante da que ocorreu no período colonial. Mas o companheiro Maduro decidiu que esse era um bom tema para mobilizar a população e, se tudo der certo, aumentar seu estoque de recursos naturais: ocupando mais de 70% do território do pequeno vizinho, Esequiba é rica em petróleo e recursos hídricos.

Isso poderia acabar numa guerra? A Guiana tem apenas 800 mil habitantes e não poderia evitar a invasão, mas é parte do Commonwealth. O Reino Unido viria em seu auxílio, os EUA provavelmente também. Se o bigodudo fosse em frente, poderíamos ter um novo caso Ilhas Malvinas.

É o que pode parecer. Mas, no seu artigo na Gazeta do Povo de ontem, Alexandre Garcia lembrou que o governo da Venezuela mantém uma longa relação com a expansionista Rússia, suas forças armadas estão repletas de armas russas e acostumadas a conviver com assessores militares russos.

Se a Rússia entrar no jogo, tudo mudaria. Até armas nucleares passariam a fazer parte da equação. Outra vantagem bolivariana é que Esequiba não é uma ilhota deserta, mas uma região acessível por terra e em grande parte tomada pela selva, onde os venezuelanos teriam muito mais facilidade para se locomover.

Saindo uma guerra, o Brasil estaria quase literalmente no meio dela. Aquela área que abre uma cunha entre Venezuela e Guiana é Roraima. E lá na ponta de Roraima, onde haveria mesmo agitação, está a famosa Raposa Serra do Sol, que é a maior reserva indígena em terras contíguas do mundo.

Separar uma área de quase 2 milhões de hectares na fronteira do país e expulsar todo mundo de lá para entregá-la a 20 mil índios é uma dessas coisas que só poderia acontecer graças à parceria PT/STF. Se aquilo lá pegar fogo, a ocupação da Amazônia brasileira por forças estrangeiras pode começar a virar realidade.

Ex-tadão contra a lei

Deu no Ex-tadão. Mostrando que as palavras do desembargador Sebastião Coelho, defensor de réus do 8 de janeiro, ocuparam um latifúndio na mente dos supremos, Gilmar Mendes disse que o STF não é odiado pela maioria da população.

Como essa declaração contém óbvios "indícios concretos de falsidade", espera-se que o jornalão seja enquadrado na mais recente determinação do STF e devidamente punido por transmiti-la sem filtros à população. Aguardemos a aplicação da nova lei criada por nossos amados ministros.


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