Não é o dia da alegria, mas, como num desfile de Carnaval, hoje é o dia de vestir a fantasia e se apresentar à comissão julgadora que costuma dar 9 ou 10 para todo mundo. Alguns momentos fingindo humildade, defesa da liberdade de expressão ou respeito às leis e pronto. Depois sim, serão anos e anos de alegria.
Dos 81 votos do Senado, dizem que Flávio Dino só não terá 30, que seria o tamanho da real oposição ao desgoverno. Os demais senadores se dividem entre os apoiadores abertos e os envergonhados, que podem dizer uma coisa frente às câmeras e fazer outra na hora de votar secretamente.
Até que 30 não é pouco, o Senado é um problema. Em parte porque, ao dividir uma população pouco maior que a de São Paulo em nove estados, o Nordeste, influenciado como é pelo lulopetismo, consegue ser representado por 27 senadores, nada menos que um terço do total. E ainda há os pequenos estados do Norte.
Para piorar, nem com os senadores de estados como São Paulo e Rio de Janeiro se pode contar. Entre os paulistas, imagino que o Astronauta deve votar contra Dino. Mas como votarão Mara Gabrili, outra que se revelou falsa antipetista, e o substituto do Major Olímpio, que nem sabemos quem é? 30 até que está bom.
Claro que Dino não teria chance se a sabatina fosse levada a sério e o candidato precisasse apresentar um histórico de sólidas referências democráticas. Sua eleição representa um considerável aumento da ameaça à liberdade de expressão, que ele, como bom comunista, combateu abertamente até ontem e voltará a atacar amanhã.
Contudo, se não fosse ele seria outro, pois censurar a nação sempre foi a tara dos petistas. Essa era a maior de todas as diferenças entre eles e a outra opção na última eleição presidencial. Mas os analfabetos não se importam com isso e o tais isentões fingiram não saber que algo assim seria inevitável, aqui estamos.
Lembrança rápida
Um sujeito saindo do Ministério da Justiça para assumir uma cadeira no STF. Uma vez lá, nem que fosse por mero corporativismo, nenhum colega ousaria contestar uma operação que ele julgou no passado e descondenar quem ele condenou. Seria uma história redonda, se não fosse estrelada por uma besta quadrada.
Sabatina
Na ânsia de ver racismo em tudo, alguns idiotas querem proibir palavras como "mulato", que originalmente se referiria ao cruzamento de animais. Pode ser, me parece que há dúvidas quanto a isso. Mas o que importa é que o termo assumiu um significado independente, como é absolutamente normal.
Aí está o exemplo da sabatina, que já nada tem a ver com a revisão das matérias ensinadas durante a semana no sábado. Se os inimigos do mulato fossem coerentes deveriam solicitar o imediato adiamento da inquirição do Dino. Como não serão, vamos pelo menos aproveitar a deixa para ilustrar o texto com uma mulata.
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