sexta-feira, 22 de dezembro de 2023

Confie não, Sebastião

O site Metrópoles publicou e depois apagou a notícia de que, segundo pesquisas, um terço dos brasileiros acreditam que a nossa última eleição presidencial foi fraudada. O percentual ainda teria crescido nos últimos meses, inclusive entre quem votou no ex-presidiário, e seria maior entre os mais escolarizados.

No entanto, em setembro último, a pesquisa A Cara da Democracia já dava esse resultado. 33% dos entrevistados julgavam que houve fraude, 59% acreditavam que não houve, e os demais nem sabiam do que se tratava. Além disso, apenas 31% acreditavam totalmente que nossa contagem de votos era feita de maneira honesta.

São números devastadores, principalmente porque a confiança nas urnas diminui com a escolaridade do sujeito e é maior entre os ignorantes que, sem condições de avaliar o problema por conta própria, confiam bovinamente no que lhes dizem "autoridades" que muitas vezes só viram uma demonstração ao estilo laranja de amostra.

A intuição diz que a desconfiança deve ser ainda maior. Mas a grande novidade do Metrópoles é que ela teria crescido. Por quê? Creio que a resposta tem a ver com o fato do ex-presidiário viver escondido do povo enquanto seu adversário é aplaudido até em arenas lotadas como a de Barretos. Como dizem por lá, isso não orna com a urna.

Abortem as falácias

Uma conhecida malandragem dos defensores do aborto livre consiste em apresentar a defesa de sua proibição como uma questão religiosa e, portanto, de escolha pessoal. O argumento é ridículo, pois a discussão sobre o direito à vida do novo ser pode (e deve) ser feita em termos exclusivamente jurídicos.

Mas a lacrolândia não seria o que é se não pisasse no acelerador quando deveria frear. O site da BBC informa, naquele linguajar típico, que a novidade nos EUA é usar o argumento dos que negam os direitos das mulheres contra eles. Ou seja, a mulher poderia abortar quando tiver vontade se seguir uma religião que permite essa prática.

Já imaginou se a moda pega? Surgiriam religiões que permitem o assassinato, o tráfico de drogas, o roubo... E o Barroso adoraria analisar sua legalidade, mas acho que o STF não a concederia. Afinal, por que alguém contrataria um advogado da família para obter o que o batismo na igreja da esquina lhe concederia quase de graça?

Gurizada alvorotada

Caras na casa dos 50 ou 60 não têm remédio, ou são pilantras ou idiotas incorrigíveis. Mas uma passada pelos comentários do site do MBL comprova que entre os mais jovens não é difícil encontrar quem ainda vai mudar, mas hoje acredita que a perfeição administrativa é possível e depende apenas da vontade política do administrador.

Nesse sentido, seria até educativo que o seu Kim se elegesse prefeito de São Paulo como eles estão hoje imaginando algariados. Sem contar que seria divertido ver o japinha explicando por que ele não apoiou Bolsonaro no segundo turno, mas o eleitor do candidato deste deve apoiá-lo agora.

Claro que o malandro e os demais líderes torcem para que isso nunca aconteça, pois o teste da realidade seria o fim de seu movimento de puros. O negócio é tentar crescer nas pesquisas e, se o partido permitir a candidatura, o ideal é chegar em terceiro com pouca distância do segundo.


Nenhum comentário:

Postar um comentário