domingo, 12 de novembro de 2023

Havia arte na pedra submersa

A Greta já está naquela fase de procurar escândalo para falarem dela, mas eles sempre inventam uma. A última, de que este é o ano mais quente dos últimos 125 mil anos, foi tão exagerada que ninguém se assustou. Afinal, se em 122.978 AC teve um ano mais quente e o pessoal sobreviveu sem ar-condicionado...

No entanto, está mesmo quente e até a Amazônia está passando por uma seca. O que é ruim para quem precisa de um clima ameno e péssimo para aquele jornalismo que colocava a culpa de tudo em Bolsonaro, mas acabou sendo excelente para os arqueólogos que trabalham na região.

Hoje se sabe que existiram núcleos populacionais de grande porte (cidades?) na antiga Amazônia. E segundo Carlos Madeiro, um raro exemplar de vida inteligente e honesta no UOL, "desde outubro, a baixa do nível dos rios levou pesquisadores a encontrarem imagens rupestres, peças e até um forte do Exército usado em épocas diferentes".

Com a mesma honestidade, Cleide de Paula Moraes, arqueólogo e professor da UFOPA afirma: "A seca agora nos mostra um registro de que é provável que, por volta do ano 1000, ocorreram períodos de secas intensas a ponto de deixar expostas naquela época pedras que hoje passam a maior parte do tempo submersas."

O raciocínio é o mesmo que qualquer pessoa normal faz quando a imprensa adota aquele tom de fim do mundo para noticiar que o derretimento da neve nos Alpes revelou uma cabana usada na Primeira Guerra Mundial ou coisa parecida: se a cabana não saiu do lugar é porque este não estava debaixo da neve quando a construíram.

O artigo de Carlos informa que outra seca muito forte atingiu a região há quatro mil anos. E ao longo dos séculos podem ter acontecido variações menores, porém impactantes, que exigiram adaptações periódicas dos "grandes assentamentos humanos" ali existentes, cujo desaparecimento permanece inexplicado.

Culpa de uma seca? Talvez não, diz Filippo Stampanoni Bassi, do Museu da Amazônia: "A seca também é uma fase de fartura: é melhor para colocar armadilhas de pesca; rochas serviam para renovar instrumentos de pedra, era melhor para queimadas e fazer a roça. Ela traz oportunidades, em alguns casos até mais do que as cheias."

Temperatura média

A temperatura média da Terra é medida com base em dados coletados em estações meteorológicas, navios e boias oceânicas espalhados por todo o planeta. As informações coletadas são validadas por meio da comparação com a leitura de termômetros infravermelhos, instalados no satélite Aqua, da Nasa.

Para quem tinha dúvidas como eu, é assim que o Tio Google informa que a tal "temperatura da Terra" é determinada. Claro que não havia nada parecido poucas décadas atrás, muito menos há 125 mil anos. E comparar dados obtidos ou estimados por fontes diferentes é pedir para errar. Mas quando o objetivo é escandalizar...

Invencível

Não que a humanidade tenha mudado tanto assim nesse curto período. Outra notícia do UOL é digna de um entrevero entre Sapiens e Neanderthais.

Um sujeito com problemas mentais, de 62 anos, ficava distribuindo bananas para as pessoas na rua e deu uma delas para uma jovem. O namorado da beldade deve ter visto alguma sugestão maldosa na fruta e tascou uma voadora nas costas do debiloide, que bateu a cabeça no chão e bluftizou-se.

Mas poderia ser pior, pode apostar que se a moça fosse negra o morto ainda seria acusado de racismo. Não é tão fácil acabar com a nossa espécie, para quem sobrevive quotidianamente a esse nível de estupidez não é qualquer calorzinho que vai fazer diferença.


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