A turma do Hamas sentiu a pressão. Na imprensa brasileira, quero dizer. A própria Foice, depois de ver seu X invadido por comentários com imagens em que tratava os meninos de Gaza como "combatentes" e as donas de casa de Brasília como "terroristas", decidiu chamar os aliados do PT pelo nome certo.
Como até Tia Reinalda seguiu a onda, é provável que o próprio desgoverno tenha dado a ordem para o pessoal disfarçar. Ultimamente eles estão se esforçando para parecer gente decente e normal. Chegaram inclusive a demitir bois de piranha quando seus chefes não conseguiram se conter.
A "pauliste raciste" foi chutada ou escondida em algum canto escure. E o mesmo aconteceu com um dos envolvidos no batecu do ministério da Saúde, onde seguiram uma sequência já conhecida: agem conforme realmente pensam; descobertos, dizem que alguém errou; tempos depois, passam a dizer que nunca fizeram.
No batecu eles estão no passo 2, no kit gay estão no 3. Na questão do Hamas, ainda oscilam entre o 1 e o 2. Só o Esgotão é que decidiu correr para o 3 e anunciar que o apoio do grupo terrorista aos membros locais do clube que inclui as FARC e o MIR era fake news. Tomou uma paulada no X e fez cara de paisagem.
Outra coisa que deve incomodá-los é a presidência do Conselho de Segurança. Estava tudo planejado para passar o mês na louvação do Nine e na discurseira vazia sobre a paz, as mulheres e outras generalidades. A imprensa amestrada trataria a palhaçada como algo sério e eles procurariam capitalizar politicamente a situação.
E aí surge uma crise internacional de verdade e se torna impossível esconder a real dimensão da influência brasileira. Não por culpa do desgoverno, com Bolsonaro seria a mesma coisa. Só é mais doído para eles porque desmonta outra mentira que gostariam de contar. Nessa eles ficaram no passo zero.
Sem disfarce
No debate entre os candidatos à presidência da Argentina, Milei reforçou sua imagem de outsider ao declarar que a culpa humana pelo aquecimento global é conversa fiada, algo equivalente a gritar que o rei está nu nos dias atuais.
Na verdade, é provável que todos pensem a mesma coisa, não só na Argentina. Se realmente considerassem que estamos a ponto de fritar de calor os governantes dos países desenvolvidos estariam reflorestando suas nações há décadas e já teríamos no total mais umas três Amazônias.
Mas a norma dos políticos é fingir acreditar, pois há um consenso, fomentado pela grande imprensa, de que os eleitores acreditam. Ao chutar o pau da barraca, o libertário certamente confia que não perderá votos com isso. Se vencer, como os jornais e TVs poderão dizer que o povo argentino é negacionista?
Imagine o cara da Foice. Está tendo que maneirar na defesa do STF. Já teve que engolir no caso da raciste e do batecu. Foi obrigado a chamar o Hamas de terrorista. Se tiver que largar o aquecimento causado pelo homem, o que lhe restará?
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