terça-feira, 10 de outubro de 2023

Comparações

Quanto à brutalidade do ataque do Hamas a civis indefesos e tudo que aconteceu e acontecerá a partir daí, não há muito a acrescentar. A roda que eles colocaram para girar não vai parar tão cedo e tudo o que se diga vai parecer inócuo. Assim, vamos apenas fazer algumas comparações entre o que vimos lá e o que temos por aqui.

Seria interessante, por exemplo, saber ao que a ex-ministra Rosa Weber compara a recente ação do grupo terrorista. Se a invasão de um prédio público por idosos incapazes de ferir um guardinha era, na visão da loira suprema, "o nosso Pearl Harbor", como deveríamos chamar o que aconteceu por lá?

Na mesma linha, seus colegas que dão 15 anos de prisão para donas de casa poderiam nos informar a que pena condenariam os membros do Hamas se fossem responsáveis por seu julgamento. Eles os tratariam como um grupo ou exigiriam provas individuais? Bastaria que um deles se dissesse inocente como Cesare Batistti para ser absolvido?

Será que eles os considerariam golpistas que pretendiam tomar o poder e governar Israel? Acho que não, pois mesmo que fantasiassem sobre isso não teriam os meios para realizar seu intento. Mas como então se pode condenar avós desarmadas por tentarem dar um golpe de Estado entre nós?

Outro gênero de comparação envolve a acusação, comum entre nossos esquerdistas, de que Israel faz da Faixa de Gaza uma espécie de campo de concentração. Nesse caso, a pergunta que se pode fazer é a mesma de quando eles mencionam as tais "condições similares à escravidão". O escravo/prisioneiro pode sair quando quiser?

Pode. Se o habitante de Gaza decidir pegar um navio ou se mudar para o Egito, o governo israelense não fará nada para impedi-lo. Existe uma barreira para tentar evitar a sua entrada não autorizada em Israel, as condições são na verdade similares a de quem mura seu jardim para mantê-lo particular.

Mas essa é uma confusão antiga da nossa esquerda. Quando Trump começou a fazer o muro com o México, Emir Sader, que "pousa" de grande intelectual, conseguiu escrever que agora a direita também tinha seu muro e não poderia mais criticar o de Berlim. Impedir de entrar ou de sair, para eles é igual.

Nossos grandes jornais costumavam chamar os detidos em Brasília de terroristas e os membros do Hamas de militantes. Ontem, contudo, todos repentinamente mudaram, a Foice chegou a publicar que havia tomado a decisão de tratar os assassinos palestinos como terroristas a partir de agora.

Mas faltou a outra parte. Por que eles passaram a chamar os que foram presos em Brasília por outro nome? O que os levou a tratá-los inicialmente como terroristas? O que os fez mudar? E por que eles ainda falam em atos golpistas, quando sabem que não haveria a mínima condição para levar um golpe à frente?

Para terminar, tentando ainda salvar a imagem do chefão, a Foice e a fiel Monica Bérgamo noticiam que os brasileiros que estão em meio ao conflito esperam a ajuda "do governo Lule" para sair de lá. Chega a ser ridículo. E será inútil, as redes sociais se encarregarão de lembrar que os bandidos daqui são amigos dos de lá.


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