Todos os patrocinadores. Foi nada menos que isso que Felipe Neto, o jovem influenciador que há poucos dias anunciou que se afastará temporariamente do Twitter e do Youtube, diz ter perdido com a sua subordinação ao lulopetismo. Ou, como ele prefere, com sua "luta contra o bolsonarismo".
Como os patrocínios não devem ter sumido de uma só vez e Felipe não parece ser do tipo que rasga dinheiro, seria interessante saber também o que lhe rendeu a tal "luta" e como e por quem isso lhe foi repassado. Mas essa é outra história, vamos deixá-la guardada na prateleira por enquanto.
O que importa é que os anunciantes do rapaz não foram pressionados por algum sleeping giants de direita nem perseguidos por juízes direitistas. Eles se retiraram voluntariamente ao perceberem, cada um por sua vez, que associar-se publicamente ao antibolsonarismo poderia lhes causar prejuízo. Ou já causava.
Ninguém quer ficar no lugar daquele dono de restaurante que comemorou efusivamente a vitória do descondenado num dia e teve que implorar que seus clientes voltassem no seguinte. Ou no do cantor sertanejo que fez o L e depois teve que fazer um show para as moscas na cidade do interior.
Eu mesmo, embora sem exageros, procuro evitar marcas que decidem se associar a lulopetistas. E já comprei detergente de cozinha muito antes do necessário, apenas para garantir que a casa prestigiaria os empresários que naquela semana haviam doado uma quantia significativa para a campanha de Bolsonaro.
Apoio com apoio se paga. E, tempos atrás, um publicitário ligado a campanhas eleitorais previa que isso deve se acentuar conforme se acirrem as guerras culturais. A tendência, dizia ele, é que cada tribo política passe a consumir produtos e frequentar estabelecimentos de aliados, evitando os de adversários.
A regra vale para os dois lados. Mas, por aqui, favorece muito mais o segmento antipetista (hoje bolsonarista), cujo poder aquisitivo médio é superior ao de um inimigo eternamente dependente da manipulação dos mais ignorantes, em geral também mais pobres.
Felipe Neto estimou em 25% da população os que o marcaram como defensor do pior para o país. O número deve ser maior. Mas mesmo que fosse esse, representaria mais em termos de consumo. Que marca quer se arriscar a virar alvo de uma campanha de boicote e perder de repente um terço ou mais da sua participação no mercado?
Quem disse que ele não ensina nada de bom às crianças? Pelo menos desta vez o foquinha acabou sendo didático.
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