domingo, 15 de outubro de 2023

Vai levar o bis

Passada a eleição de 2014 - decidida, como em 22, com uma vitória apertadíssima do PT graças a uma virada na contagem nos últimos instantes -, a deputada esquerdista Manuela d'Ávila e dois jornalistas apresentados como isentos - Juremir Machado e Moisés Mendes (!) - reuniram-se, em Porto Alegre, para apresentar a novidade.

O governo queria paz nas redes sociais. Nós havíamos discutido uns com os outros durante a campanha eleitoral, mas aquilo agora era passado, vamos todos dar as mãos e seguir juntos rumo a um futuro melhor. A iniciativa chamava-se #HumanizaRedes e seus detalhes seriam expostos pelos apresentadores à plateia. Seriam.

Foi naquela campanha que o PT inventou os MAVs, militantes do ambiente virtual, pagos para inundar as redes com propaganda criada pela central do partido e dominá-las como ele já fazia nos comerciais da TV. A repetição massiva funcionava num meio, deveria funcionar no outro também. Os líderes deve ter achado que era uma boa ideia.

Foi péssima. As pessoas nada podiam fazer contra as mentiras da TV, mas isso era diferente nas redes sociais. Por todo o país, cidadãos passaram a responder ao fogo petista de forma independente, por conta própria, cada um do seu jeito, com uma flexibilidade que o MAV robotizado não conseguia ter.

Pela primeira vez, as mentiras petistas foram confrontadas em grande escala, suas ligações com ditaduras e grupos terroristas foram expostas, o ódio que costumavam lançar contra os inimigos foi respondido na mesma moeda. O país se dividiu numa guerra virtual em que o antipetismo foi sem dúvida alguma vencedor.

Aí eles vencem a eleição - graças como sempre aos analfabetos, não a quem usava redes - e querem vir com a conversa de que agora somos todos amiguinhos? Nem pensar. Boa parte da plateia foi ao evento para botar a boca no trombone, Manu, Juremir e MM não conseguiram nem falar direito. O #HumanizaRedes morreu na casca.

Me lembrei disso ao ver um vídeo em que o pilantra Felipe Neto faz cara de bom moço e diz que todos nos exaltamos durante a época da eleição, mas agora ela passou, ele quer voltar à suas antigas tarefas e nós devemos parar de atacá-lo ou de proibir que nossos filhos (ele diz "familiares") o assistam.

O canalha passa os últimos anos mentindo descaradamente, atacando, defendendo a censura, tentando destruir pessoas e programas que não seguem a linha política que aparentemente o contratou. E aí, depois de ter feito tudo o que fez, quer que todos o deixem tranquilo, sem lhe dar o troco que merece.

Repetiu a história do #HumanizaRedes. Pediu bis. E vai levar.

Fantasia recorrente

Todo esquerdista é assim. Eles querem punir o soldado que lhes deu um peteleco há quase sessenta anos e vibram quando uma dona de casa que defende o outro lado é condenada a 15 anos de prisão. Mas quando se trata deles é diferente, nada foi por mal e o que passou é passado, vamos deixar para lá.

Veja o Molusco e seu menino que só quer tomar cervejinha. Com o Hamas é a mesma coisa. "Inocentes em Gaza não podem pagar o preço da insanidade daqueles que querem a guerra" é a sua última platitude. Os amiguinhos causaram todo o problema e agora podem se dar mal? Que é isso, gente, vamos parar de brigar.

Mas ele também vai levar seu bis, sua caixinha está guardada.


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