Sentiram. Dos que defendem a perfeição democrática do ideal socialista aos que não têm vergonha de afirmar que o desgoverno é um sucesso sem par, todos sabemos como o típico esquerdista se recusa a admitir os fracassos de sua turma. Por isso, quando um dos mais fanáticos admite, é porque a coisa está mesmo feia.
Refiro-me ao Moisés Mendes, o popular MM, antigo editor da antiga Zero Hora, atualmente exilado em blogs petistas como Esgotão e Esgotinho (Brasil 247 e DCM). Citei o cara ontem, fui ver o que ele estava fazendo. E o título de seu último artigo fala por si: As Esquerdas Massacradas.
Calma, calma, ninguém está entrando na casa dos esquerdistas e degolando crianças. O massacre a que ele se refere acontece na imprensa, que mostra essas coisas. E nas redes sociais, onde o tradicional apoio da esquerda nacional aos invasores e degoladores é explorado pelos malvados bolsonaristas.
MM pensa que eles respondem à altura, lembrando que o grande terrorista é Bolsonaro, que quis colocar uma bomba no passado e oprimir ditatorialmente todo o país no futuro. Que matou milhares porque não queria comprar vacina e planejou massacrar os yanomamis como agora Israel fará com os palestinos.
Mas não adianta, ninguém acredita, nem mesmo os judeus brasileiros se incomodam de se juntar a um nazista se for para atacar palestinos. E assim, lamenta MM, a opinião dos "grupos vacilantes da classe média" vai se afastando dos democratas de esquerda e se inclinando para a direita (sempre "extrema direita").
Culpa de quem? Da Globo, que faz as pessoas pensarem como quer, ataca o PT e defende Bolsonaro. Do fato do nazismo ser entendido como algo que aconteceu no passado e não como um movimento cada vez mais forte. E da honestidade da esquerda, que não consegue mentir como o bolsonarismo. MM choraminga:
E não há o que fazer, porque a extrema direita maneja com a guerra da mentira com desenvoltura. E vem vencendo com folga. As esquerdas estão sendo massacradas.
Marketing num novo tempo
Acho que é inédito, nunca ouvi falar de algo parecido. Pois, numa tentativa de resposta debochada ao boicote ao atual patrocinador do pilantra Felipe Neto, senadores e deputados petistas decidiram publicar vídeos comendo Bis.
Será que isso funciona? Eu comprei detergente Ypê quando os donos doaram para Bolsonaro. Minhas ferramentas são Tramontina, que por anos patrocinou meu time. Mas eu precisava dos produtos e tenho o hábito, venho de um mundo onde o sujeito se sentia obrigado a explicar que pegou a Vasp porque o voo da Varig estava lotado.
Será que o petista que não costumava comer esses wafers vai passar a comprar Bis? E isso ajuda o imitador de foca? Ou o consolida como petista, sem nada lhe acrescentar entre esse público e afastando-o ainda mais do antipetista?
Como tanto o Bis como o Felipe podem sobreviver sem metade do país, não haverá uma vitória ou derrota esmagadora. Mas em outros casos a coisa pode ser diferente, até mortal como já vimos em exemplos de pequenos negócios após a última eleição. São os novos tempos de guerra cultural.
A propósito, eu não sou muito fã, mas continuo comendo MM sem problemas, acho até divertido.
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