O drama de quem vive na mentira é esquecer de vez em quando. Se até o chefão, mestre no assunto, dá suas escorregadas, imagine os pobres subalternos. Depois da raciste pauliste e de um dos cultores do batecu, o sujeito que zombou da moça sequestrada pelos terroristas é o terceiro anel que eles entregam para salvar os dedos.
E não parece estar adiantando. A Foice, preocupadíssima, salienta que o tradicional apoio da extrema esquerda à bandidagem externa pode ter reflexos ainda mais negativos no momento em que um dos aliados petistas e psolistas inicia uma guerra cometendo indizíveis atrocidades contra a população civil de Israel.
Pela enésima vez, os enganadores se sentem obrigados a negar o que realmente pensam. E ressurge o "temos que falar com os evangélicos", entre os quais, menos pelas profecias sobre o fim dos tempos (como julgam alguns) e mais pelo hábito de se voltar para temas do Antigo Testamento, há uma natural simpatia pelo estado judeu.
O maior problema é controlar o gado solto por aí. Se quem tem uma boquinha a ser perdida no desgoverno não se contém, imagine o doutrinado avulso, ensinado a repetir com orgulho os mantras da seita. Outro problema, que envolve a chefia, é que não adiante negar porque dá para apagar o passado.
Até daria, se fosse naquele tempo em que só a imprensa tinha voz e bastava se acertar com meia dúzia de veículos e jornalistas. Mas agora existem as terríveis redes sociais, nas quais, a mesma Foice reconhece em outra matéria (que parece já ter sido retirada, mas pode ser lida aqui), a direita deve continuar deixando "a esquerda para trás".
Imparcial como só, o jornal trata isso como uma espécie de doença contra a qual ainda não foi encontrado remédio. E o divertido é o diagnóstico a que eles chegam, que pode ser assim resumido: a esquerda, muito honesta e certinha, não consegue descer ao nível da malvada direita ("extrema direita", é claro).
Eles se recusam a reconhecer que não adianta contratar MAVs e repetir discursos feitos a partir de uma central, como o PT sempre fez. Independente desta central existir ou não, a disseminação nas redes se dá a partir da repetição de uma ideia e da sua reelaboração por agentes autônomos.
Grande parte do eleitorado esquerdista foi enganado e não compartilha os verdadeiros valores de seus líderes, ou mal sabe escrever e não consegue entrar em discussões via internet. Entre quem tem o nível mínimo necessário para isso, a grande maioria está mais à direita. Entre os mais capazes de argumentar, também.
Juntando esse predomínio ao que eles fizeram no verão passado e muitos continuarão a fazer neste, vai ficar muito difícil para a extrema esquerda dizer que nunca apoiou ditaduras ou terrorismo. Já estamos quase no ano das eleições, quanto mais a guerra se estender mais eles devem ser prejudicados.
Talvez, desta vez, eles até estejam torcendo mesmo para a paz.
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