Foi demais. Após ouvirem o que a maioria dos alfabetizados do país pensa da exótica tese de que alguns civis desarmados estiveram a ponto de derrubar o governo de maneira "violenta", os integrantes do nosso tribunal superior decidiram que as próximas sessões desses julgamentos serão virtuais.
Até a OAB se viu obrigada a reclamar do cerceamento da defesa! Mas para que correr o risco de mais um alienado assistir ao vídeo de uma dessas discussões e passar a entender o que acontece? Para que perder tempo ouvindo advogados cujos argumentos são constrangedores e não serão considerados?
Outra coisa que eles devem querer levar na miúda é a liberação quase irrestrita do aborto, proibido por outra lei antiga que os modernos entre eles já decidiram anular. O PT, agora que a eleição passou e não precisa mais mentir para os idiotas, até já atualizou os documentos do Ministério da Saúde a respeito do tema.
Este é mais um limão azedo que eles tentarão fazer o Brasil engolir com casca. No entanto, é também uma chance da parcela decente do país voltar a fazer limonada.
Por mais que as penas a que estão condenando os Aécios da vida sejam absurdas, não dá para ir às ruas contra elas. O tema não mobilizaria quase ninguém e entregaria de bandeja o discurso de que os opositores ao consórcio PT-STF são "golpistas".
Mas exigir respeito às regras que regem o aborto é bem diferente. O apoio popular a elas é imenso e não pode haver dúvida sobre quem está ao lado da democracia neste caso. Se a turma que começar gritando contra o aborto ampliar depois o tema do protesto, que se pode fazer?
Penso, como o Urso comentou esses dias, que quem está melhor posicionado para iniciar esse tipo de movimento são os líderes religiosos, particularmente os evangélicos, que o consórcio receia atacar. E tenho a impressão de que é só convocar o pessoal para os primeiros que a coisa embala. Vamos ver se acontecerá.
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Não sei se Bolsonaro nunca pensou em acionar o Artigo 142 ou equivalente. Ou se pensou, mas verificou que os chefes militares não o atenderiam. Seja como for, o fato é que todo o protesto contra a condução das eleições perdeu o sentido em 1° de janeiro. Só um louco imaginaria que depredar um prédio dia 8 nos faria voltar ao passado.
Daí para se regozijar com a condenação dos supostos depredadores a penas altíssimas não é preciso apenas uma torção das leis, mas uma boa dose de maldade. Não muito diferente da mostrada por quem defende que se pode matar um bebê indefeso porque sua mãe quer voltar a frequentar a balada.
Muitos de seus apoiadores são apenas imbecis manipulados, mas os que entendem são gente ruim, gente má. No fundo é simples, não há nada muito sofisticado.
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