Modéstia à parte, a gente já tinha antecipado, duas semanas atrás, o resultado de uma matéria publicada na Folha de ontem sob o título: Mudança no perfil dos brasileiros impulsiona direita e desafia esquerda (aqui). Como suporte ao texto, um resumo da última pesquisa Datafolha antes do segundo turno:
Eles também erraram a favor do lulopetismo nessas previsões, embora bem menos do que naquelas em que mentiam abertamente. Mas, de modo geral, a situação não é muito diferente disso. O Molusco prepondera entre as pessoas com menor escolaridade e renda, Bolsonaro domina entre os evangélicos que só crescerão etc.
Ouvindo gente de esquerda, o artigo admitia algo que nós costumamos dizer com outras palavras: Bolsonaro parece alguém isolado frente a um partido estruturado como o PT, mas é o contrário. Ele é o aglutinador de uma onda que tende a permanecer e se fortalecer. E o PT é o Molusco e tende a definhar quando ele parar de incomodar.
Chama a atenção o mau desempenho de Bolsonaro junto às mulheres, pois era o Nine quem não se dava bem no setor contra os tucanos. Talvez elas, que mais costumam buscar cuidados médicos, tenham caído mais naquela história de que Bolsonaro queria matar as pessoas de covid. Talvez seja bom pensar numa candidata para 2026.
Imprença
Quem inventou a maioria das fantasias sobre Bolsonaro é a nossa querida imprensa. E o padrão se repete em outros países, particularmente nos EUA com Trump. Ross Douthat, o americano que é publicado na Folha e no Estadão, chega a discutir qual é a estratégia que os coleguinhas deveriam adotar.
Uma opção consiste em "não dar uma plataforma a Trump, não tratar sua campanha como se fosse normal, de maneira alguma, não deixá-lo falar na TV ao vivo e cobri-lo apenas dentro de uma estrutura previamente definida que enfatize constantemente suas tendências autoritárias e suas tentativas de subverter a eleição passada".
Muitos defendem isso, mas Ross acredita que eles deveriam "pensar um pouco mais como eleitores republicanos, não como jornalistas de centro-esquerda" e "preparar o tipo de perguntas que um americano de tendência direitista e propenso a não gostar da imprensa possa realmente achar esclarecedoras".
Eles provavelmente continuarão adotando a primeira linha por lá. E certamente farão o mesmo por aqui, onde temos uma versão mais hard da história graças ao domínio esquerdista do Supremo.
Início da reação democrática?
O Estadão de hoje noticia que a união das frentes BBB (boi, Bíblia, bala) contra os abusos do consórcio PT-STF está se consolidando e deve começar a apresentar frutos, com obstrução de trabalhos, apresentação de PECs e tudo o mais. Vamos acompanhar.
Imagem do topo: O mundo livre do petismo, versão Testemunhas de Jeová.
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