Das pilantras que não estão nem aí para a "coisa" que as impede de ir à balada às que sofrem indizíveis dores de consciência pela prática do ato, não há mulheres presas por abortar no Brasil. Ah, então tanto faz e podemos, como querem Rosa e Barrosa, permitir legalmente o aborto até a semana x ou y de gravidez?
Acho que não. Esse é mais um "papel higiênico da empresa". As funcionárias vão ao banheiro no final do expediente e muitas colocam um rolo de papel na bolsa. Se você decidir revistá-las na portaria precisará pagar seu tempo extra, criará um climão e ainda poderá arrumar um processo trabalhista. Melhor fingir que não está vendo.
Mas também não pode liberar porque vira baderna. No caso do aborto, a liberação estimularia o comportamento irresponsável que já é amplamente fomentado por aí e, conhecendo a turminha, passaria a afetar nascituros cada vez mais "velhos". Se é permitido abortar até doze semanas por que não até treze ou trinta?
A graça é matar
Essa polêmica poderia ser evitada. Existem métodos para evitar a gravidez. E existe a "pílula do dia seguinte", que, pelas informações do Dr. Google, possui uma eficiência próxima de 100% se for tomada no tempo certo, antes ou até os primeiros instantes da fecundação (o tempo para o óvulo ser fecundado varia de algumas horas a alguns dias).
As feministas poderiam lutar para que o governo promovesse campanhas de conscientização e disponibilizasse a solução para as moças que não se protegeram previamente. E, mesmo que algumas tomassem a pílula já no início da fecundação, não haveria como ter certeza disso e não haveria reclamações.
Mas a luta é para deixar rolar e decidir mais à frente, com o novo ser o mais próximo possível do nascimento, se é conveniente ficar com ele ou não. O que interessa de verdade não é evitar a gravidez indesejada, mas exercer esse poder de vida ou morte. Em parte é pura lacração, mas tem uma coisa meio maligna aí.
Cui bono?
No caso daquela vereadora, a beneficiada acabou sendo a irmã. Transformada em ministra e conselheira de siderúrgica pelo desgoverno, a despreparada se diverte por aí, estabelecendo "uma linha tênue bem forte" num dia e usando desculpas ainda mais tênues para assistir jogo de futebol em avião particular no outro.
Ela e a turminha de amigas assessoras, todas empolgadíssimas e achando, com certa razão, que podem fazer o que bem entenderem porque chegaram lá sem fazer concessões, sendo exatamente o que são. Elas antes lacravam e falavam mal dos brancos paulistes e dos europeus racistes. Por que não fariam isso depois?
Quieto, senta!
Dá para imaginar qual seria a reação da maioria da nossa grande imprensa se um ministro de Bolsonaro proporcionasse espetáculos semelhantes. Manchetes, artigos sobre artigos, anos depois os jornalistes ainda falariam daquele governo horrível que desperdiçava recursos e desprezava, às gargalhadas, parte da sua população.
Imagine então se o monstro do futuro hipotético ousasse dizer que não escolhe pessoas por sexo ou cor e não quer que lhe incomodem mais com isso. Pois o monstro real disse e eles se limitarão a dar uns últimos grunhidos inaudíveis antes de calar a boca e obedecer. Como dizem, o animal não ataca quem o alimenta.
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