segunda-feira, 25 de setembro de 2023

L minúsculo parece I

Outro que fez o L minúsculo, aquele que parece um I de "isentão", Felipe Moura Brasil acaba de descobrir, em sua coluna do Ex-tadão, que os ministros responsáveis pela implantação da agenda petista são os do STF. Perseguição à Lava Jato, aborto, terras para as "nações indígenas", é tudo por lá.

Por que essa intromissão não é enfrentada? Ele elenca dois motivos: o rabo preso dos senadores e a complacência das emissoras de TV. Está certo sobre o primeiro e não deixa de estar sobre o segundo, pois, aos poucos, os jornalões vão se fazendo de críticos ao governo enquanto as TVs parecem continuar caninamente fieis ao petismo.

"Parece" porque a gente quase não vê TV hoje em dia. Mas, além de permanecer ligada na padaria e no consultório, ela ainda é o meio através do qual se "informam" todos os que não sabem ou têm dificuldade para ler, o que engloba o imenso contingente dos analfabetos totais e funcionais, que votam maciçamente no PT.

Na TV, basta juntar vozes em tom indignado para transformar em escândalo a devolução do relógio após solicitação do TCU ou defender que Bolsonaro deixou para dar um golpe depois do novo governo assumir. Por escrito, fica difícil insistir nessas teses estapafúrdias sem perder o respeito de boa parte dos leitores.

Pena que Felipe foi descobrir essas coisas depois de ser chutado pela CNN, que só precisava de um crítico a Bolsonaro pela "direita" até a eleição. E pena que ele não previu que os exageros cometidos pelos ministros durante o governo anterior tenderiam a se agravar quando o STF deixasse de ser oposição.

Claro que o parágrafo acima contém uma ironia. Se os "isentos" realmente considerassem os dois lados igualmente maléficos fariam o possível para equilibrá-los numa espécie de "guerra fria".

Um STF com sete indicados pelo tucanopetismo e quatro pela direita ainda poderia combater os imaginados futuros excessos do inimigo no Executivo, mas teria dificuldades para implantar os seus. Com nove contra dois e associado a um Executivo subordinado a uma ideologia ditatorial, o que se poderia esperar?

Felipe não pensou nisso, não conseguiu raciocinar a esse ponto? Os bobalhões que caíram na sua conversa podem não ter pensado. Mas ele e todos os outros "influenciadores" que prestaram a esse papel sabiam bem o que estavam fazendo. O I desses pilantras sempre foi o L minúsculo.

Como são ingênuos

Para terminar, uma frase do também isento Gustavo Franco: "Governo parece inclinado a resolver o problema fiscal brasileiro aumentando os impostos."


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