E não é que não tem notícia mesmo. Teria em outra época, mas, uma vez que a corrupção lulopetista passou a ser tratada como um fato da natureza, as "acusações" ao primeiro dos 37 ou 38 ministros pegos no flagra recebem a mesma atenção que a proximidade da primavera em nossos principais jornais.
Vamos ao que tem. Na Foice, o título do artigo de Nelson de Sá é: Na Alemanha e nos EUA, querem banir AfD e Trump da democracia. Como assim? Como a gente sempre pergunta: quem quer? Nelson esclarece que são "políticos e mídia" preocupados com o constante crescimento da linha política que não apreciam.
Bom, se eles crescem é junto ao eleitorado, o tal demo que deveria completar a cracia. E que os políticos adversários não gostem disso é tão natural como o corintiano não apreciar o sucesso do Palmeiras. O estranho mesmo é a crônica esportiva torcer abertamente para um time e tentar retirar o outro do campeonato.
Pior ainda são os argumentos. Eles buscam leis antigas para tentar enquadrá-los em alguma - Trump, por exemplo, o seria por "insurreição". Mas fica evidente que isso é só uma formalidade, pois os indesejados devem ser expulsos por aquilo que poderão vir a fazer (de acordo com quem não gosta deles).
É ridículo. Trump, para continuar no exemplo, tem o apoio de cerca de metade dos americanos e grande parte do seu próprio eleitorado o abandonaria se ele tentasse se transformar no ditador da imaginação dos Nelsons da vida. Na verdade ele nem poderia mais concorrer, pois teria sido presidente duas vezes.
Para quem está do outro lado, todo o "risco" oferecido por ele é de mais quatro anos fora do poder. Mas os arrogantes não querem nem saber. Deveriam pelo menos chamar o regime que defendem de midiocracia. Ou grandemidiocracia, para que ninguém os confunda com jornalistas que ainda respeitam a democracia de verdade.
A aposta dos mortos-vivos
Quem reapareceu no Ex-tadão de ontem foi o nosso prezado Aécio Neves. Segundo ele, a culpa pela decadência do partido cabe basicamente ao Docinho e o PSDB deve começar a bater forte no desgoverno do ex-presidiário para voltar a ser visto como uma força de oposição ao lulopetismo.
Agora, Aécio? Onde você estava durante a campanha passada? Aquela em que a tucanagem adotou a mesma "estratégia" do MBL: se você ajudar a derrotar Bolsonaro, no dia seguinte o pessoal o larga de mão, nós nos apresentamos como adversários do lulopetismo e eles votam em nós.
Sempre me pareceu mais lógico o contrário: eles deveriam ter apoiado criticamente Bolsonaro na eleição e voltado a disputar o eleitorado antipetista com ele depois, quando seriam ouvidos e respeitados por esse eleitor. Apoiando o lulopetismo, eles passaram a ser vistos como traidores e deixaram Bolsonaro sozinho do outro lado.
Tiveram bastante tempo para pensar e escolher. Disso não podem reclamar.
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