Se a restrição constitucional de gênero não precisa ser respeitada, por que a de número precisaria? Era o que nós, falando sobre o casamento, perguntávamos tempos atrás. E não, o STF ainda não alterou essa legislação. Mas um juiz de Novo Hamburgo se antecipou e reconheceu oficialmente uma união a três.
Se eles querem, vamos legalizar. Foi esse o argumento básico do juiz que não se deixou pautar pelos preconceitos de nossos políticos arcaicos e não citou nem mesmo uma fumacinha de juristas consagrados para embasar sua sentença. Citou Lulu Santos, "vamos nos permitir" e coisa e tal.
Creio que o próximo passo é isso chegar ao STF e ser transformado em norma nacional. E se você acha que haverá alguma chance desse julgamento não ocorrer é porque esqueceu que aquilo será presidido nos próximos tempos pelo Barroso. Eu aposto 10x1 que o Barroso a-do-ha o Lulu, 5x1 que ele tem todos os seus discos em casa.
Como ficam as esposas do cara que tem duas legalmente e morre? Elas racham a pensão ou cada uma recebe a sua na íntegra? E se morrer uma das duas, a outra também tem direito a receber pensão? Não terá se o relacionamento do trio for totalmente heterossexual e poderá ter se ninguém era de ninguém?
São problemas práticos como esses que passaremos a ter. Não se espante se em breve abrir a Foice e encontrar um artigo sobre a discriminação das uniões poliamorosas por parte de empresas gananciosas que não querem pagar plano de saúde para todos os cônjuges de seus funcionários.
Em 2016, o TCU apurou que o então futuro presidiário deveria devolver 568 presentes à União. Depois de idas e vindas, o número foi reduzido, em 2019, para 434. Dentre estes, 360 foram descobertos num galpão do sindicato dos metalúrgicos do ABC e levados para Brasília. E dos outros 74 ninguém sabe.
Além destes e dos 155 que foram liberados durante o processo para o acervo pessoal do sujeito, ele ainda luta na justiça para recuperar mais 21 presentes confiscados, alegando que na época em que os recebeu eles foram considerados personalíssimos e só mais tarde decidiram pedi-los.
No entanto, os principais veículos da nossa imprensa não se preocupam com isso enquanto escandalizam a meia dúzia de presentes que foram solicitados pelo TCU e devolvidos por Bolsonaro. Os caras já nem disfarçam mais, a parcialidade e a desonestidade também estão liberadas.
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