domingo, 24 de setembro de 2023

Cena do crime

Está certo que a Foice precisou ouvir "especialistas" para dizer o óbvio. Mas até ela reconheceu, em destaque de ontem, que os réus da invasão do prédio em 8 de janeiro estão sendo condenados duas vezes pelo mesmo delito. Seria como condenar o assaltante que matou a vítima por latrocínio e homicídio.

E se o réu estivesse desarmado, nada fosse roubado e a pretensa vítima jamais tivesse sofrido nada mais grave que uma ofensa verbal? Essa seria a comparação mais adequada, mas tanto não se pode esperar.

Também na Foice, Demétrio Magnoli, colega de Libelu de Tia Reinalda, criticou as penas aplicadas. Não pelo absurdo do "golpe violento" sem armas, mas porque os excessos do consórcio PT-STF podem acabar alertando os desavisados e alimentar "o discurso bolsonarista de perseguição".

Pelo andar da carruagem, "bolsonarista" corre o risco de virar sinônimo de pessoa realista, sem papas na língua etc. Exemplo dos futuros dicionários: "eles tentaram evitar o assunto, mas ele foi bolsonarista e disse que todos perceberiam o que estava acontecendo".

Luz no túnel?

A notícia verdadeiramente auspiciosa veio do Ex-tadão: os parlamentares do trio BBB (Bíblia, Boi e Bala - ruralistas, evangélicos e bancada da segurança) estariam se articulando para enfrentar a crescente intromissão do STF em assuntos que não lhe dizem respeito, como drogas, aborto e terras para índios.

Embora a conta exata seja difícil de fazer porque alguns participam de mais de uma bancada e pode haver dissenções, o grupo deve ter força suficiente para se fazer ouvir. Entre suas armas, a obstrução dos trabalhos é a mais temida pelo desgoverno.

Acho que o movimento pode avançar porque os temas são vitais para os envolvidos e seus respectivos eleitorados. E espero que isso seja complementado por protestos de rua, pois está na hora do povo voltar a vestir a camiseta da Seleção e entrar em campo.

Teatro na Argentina

Na Argentina, ex-presidentes e personalidades da "direita" latino-americana se uniram para dar apoio à candidata Patricia Bullrich. Entre eles, o brasileiro Sergio Moro. E o tom tucano dessa "direita" é completado pela própria Bullrich, que, a exemplo do Aloysio Nunes e tantos outros, integrou um grupo terrorista subordinado à ditadura cubana.

Como a Jumenta, ela garante nunca ter participado de ações armadas, mas apenas defendido "a democracia" contra a "extrema-direita" (agora personificada por Milei). Dá para entender por que esses grupos fracassaram. Seus membros eram quase todos burocratas que cuidavam das compras, arrumavam as camas ou coisa do tipo. Dá para imaginar a conversa quando os poucos atuantes chegavam da cena do crime:

- Caraca, hoje matei dois soldados e um taxista que nos flagrou saindo com o dinheiro roubado do banco.

- Tá bom, tá bom, mas agora come que o feijão vai esfriar.

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