Os caras se superam. Detestando o Nikolas Ferreira e o Neymar extra-campo, Milly Lacombe detestou também que o segundo participasse do chá revelação do primeiro, que, revelou-se no evento, será pai de uma menininha chamada Aurora. E detestou mais ainda o próprio chá, que proibiria se pudesse.
Não é só ela. A alegria do casal normal que reúne os amigos e parentes para anunciar que terá um bebê incomoda demais a turma da lacração. Afinal, o ultrassom retrógrado e conservador só revela se nascerá um menino ou uma menina, homem ou mulher, detalhes que eles se convenceram que a pessoa escolhe mais tarde.
Alguns deles já disseram por aí que o chá de revelação é "transfóbico". E não há nisso nenhuma novidade, pois esse pessoal se acostumou a chamar tudo que o incomoda de "discurso de ódio", "fake news", "desinformação" ou qualquer termo similar, cujo significado não seja claro e objetivo.
Essa elasticidade lhes permite acusar pessoas sem prova de ilícito alguma. A prova, na cabeça dessa gente, é a sua própria opinião de que aquilo é crime - ou deveria ser, para eles essa distinção é irrelevante. E é claro que um crime deve ser penalizado, pelo menos com a censura do opressor.
Tão absurda é essa forma de pensar que encontra críticos na própria esquerda. O PCO já está ficando folclórico por isso. E quem deu uma boa definição do modo de pensar dessa gente foi um dos grandes responsáveis pela malandragem até hoje envolta em nuvens da "Vazajato". Disse o nosso prezado Verdevaldo:
De alguma forma, eles inverteram a história, de modo que agora acreditam que não é a censura que é a ferramenta preferida de fascistas, tiranos e autoritários – mesmo que todos os fascistas e déspotas da história tenham usado a censura como um meio-chave para manter o poder – mas, em vez disso, acreditam que é a liberdade de expressão, o discurso livre e o pensamento livre que são os instrumentos da repressão.
Muito bem dito. Mas não dá para esquecer que essa esquerda defensora da liberdade de expressão é uma espécie de filha desvirtuada. O fanático woke de hoje em dia e o radical stalinista do passado podem discordar em muita coisa, mas ambos estão totalmente convencidos de que devem calar quem deles discorda.
O DNA é o mesmo, com toda sua pretensão à "modernidade", o lacrador de hoje já podia ser visto no ultrassom da mamãe socialista casada com o velho papai gulag. Nem precisa de chá para fazer essa revelação.
Bumerangue
Nada mais bonito do que ver a arma que gostam de usar se voltar contra eles. Os alvos da vez são o Boquita e o Uilis, que entraram na mira da militância porque tentaram influenciar a escolha do próximo membro do STF num caso e reclamaram do chute dado pelo Paulo Pimenta no segundo.
Essas coisas deveriam alertar o idiota comum, que cai na conversa de que criticar certos temas deve ser visto como crime e não liberdade de opinião. Se até famosinhos como os dois citados podem ser atacados, um dia isso também pode se voltar contra ele. Mas o idiota é, por definição, idiota demais para chegar a essas conclusões.
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