Apaixonado por Dalva, que amava Jajá, Belinho se dedicava a desmoralizar o rival. Repetia as muitas críticas injustas que os inimigos - gente ruim e desonesta - lhe faziam. E, a cada uma delas, dizia para Dalva e quem mais quisesse ouvir que ela era uma idiota por se manter fiel a um cara daqueles quando poderia ter coisa melhor.
Um dia, não se sabe ao certo se por ter acreditado numa crítica ou pelo desgaste do constante bombardeio, ela deixou Jajá. Ao saber disso, Belinho, todo feliz, enviou-lhe os parabéns e fechou o boteco da esquina, pagando rodadas aos conhecidos enquanto felicitava-se por ter feito a amada abrir os olhos.
Valeu a pena a perseverança, ele repetia em tom professoral, o verdadeiro amor triunfou. Nada mais poderia separá-los, finalmente seus sonhos se realizariam e ele seria feliz. Adormeceu com um sorriso nos lábios, já tarde da noite. Mas, quando a procurou com flores na manhã seguinte, descobriu que Dalva agora estava com Dudu.
Fim.
Falando ontem sobre os que raciocinam como macacos, não deu para separá-los de acordo com as tribos em que se dividem. Mas uma das mais divertidas entre estas é a dos dedicados a conquistar os eleitores que hoje são bolsonaristas ao estilo Belinho, dizendo que todos são idiotas e os petistas e sua imprensa é que têm razão.
Isso seria como tentar conquistar o eleitor típico do PT dizendo que ele é um analfabeto ignorante que está sendo manipulado por um ladrão. Isso é verdade. Mas, como ninguém gosta de ser ofendido, o efeito causado seria o inverso. O sujeito se calaria porque não sabe nem falar direito, mas em seu íntimo se apegaria ainda mais ao presidiário. E, se um dia o deixasse, não seria, como não foi com Dalva, por você.
No caso do bolsonarismo é muito pior. Claro que há gente de todos os níveis nessa turma, mas não é exagero dizer que a imensa maioria dos empresários e profissionais brasileiros de nível superior (exceto os das humanas) esteve e está com o Capitão. Um pouco pior ou melhor, esse pessoal sabe argumentar.
Então, quando o macaquinho repete as asneiras que lê na imprensa petista, suas acusações não apenas geram o mesmo efeito emocional do analfabeto, mas são respondidas. Com fatos, com lógica, tanto que é o pequeno símio quem sistematicamente acaba batendo em retirada com o rabinho entre as pernas, desmoralizando-se ainda mais a cada vez.
Evidentemente, um dia esse eleitor pode deixar Bolsonaro de lado. Mas, mesmo que isso se dê porque se descobriu um escândalo bilionário ou coisa do tipo, certamente não o trocará por um petista ou por quem se dedicou a fazer o jogo sujo do petismo e de seus asseclas. Assim é a vida, Belinho não vai ficar com Dalva.
Um exemplo contrário é o tucano Arthur Virgílio, que ultimamente tem batido nos absurdos da perseguição de setores do judiciário e da imprensa contra o presidente. Ele não é nem se tornará bolsonarista, mas está mostrando que vê o que está acontecendo e respeitando a inteligência alheia.
Os outros, políticos como a Tebet, o MBL e que tais, podem amanhã se dizer antipetistas de novo, mas jamais conquistarão quem hoje é bolsonarista. E para eles está tudo bem, pois seu alvo é um cargo de deputado ou coisa assim, que não precisa de milhões de eleitores. A única divisão entre essa turma é que o MBL diz ter objetivos maiores, mas isso é só para enganar os macacos Belinhos da vida, nada mais.
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