Eu não tenho certeza de que é inédito, mas nunca tinha visto antes. Os dois jornalões paulistanos, que se dizem tão diferentes das redes por produzirem conteúdo de qualidade ou coisa assim, destacam o mesmo artigo de Paul Krugman, "A China não vai repetir o Japão". Pode ser que não, mas a Foice repetiu o Ex-tadão.
A decadência em geral não é bonita. Longe de mim, no entanto, querer que os nossos jornalões acabem logo. De onde mais eu tiraria assunto para escrever alguma coisa todo dia? Quem disse que eles perderiam a utilidade em formato digital, sem aquela papelada que servia para forrar a caixinha do gato?
E, convenhamos, de vez em quando a gente se incomoda com o excesso de partidarismo e pilantragem, mas eles, se comportando como se nada tivesse acontecido desde que eram respeitados até agora, não deixam de ser engraçados. A começar pelos editoriais em que manifestam a opinião oficial da casa.
O Ex-tadão, por exemplo, critica o ministro do Trabalho por só pensar nos sindicatos e o Xandão por atropelar a Constituição e se meter a dizer como todo mundo deve tratar os moradores de rua. Assim, de cara limpa, como se não apoiado entusiasticamente a cadeia de eventos que levou a essas barbaridades. E a muitas outras, claro.
Já um editorial da Foice segue a linha Elaine Bruma: precisamos saber quem mandou apagar a Xatielle. Afinal o Elcio Queiroz delatou um novo personagem, o tal Macalé, que teria servido de intermediário para contratar o Lessa. O único problema é que também mataram o Macalé, mas o editorialista acha que agora deve ir.
Não sei não, a impressão é que a tentativa de requentar o assunto não causou o entusiasmo esperado. Tudo indica que vão repetir o que fizeram antes como se fosse novidade, girando sem sair do lugar. E agora não dá nem para dizer que não há interesse do governo federal em elucidar o caso.
Mais um
Falando em prisão, no fim prenderam mesmo o gordinho. O jornalista Allan Frutuozo ficou detido no aeroporto aguardando a manifestação de sua supremidade xandônica porque, ao que parece, havia um alerta contra ele, mas tudo era tão secreto que nem a Polícia Federal sabia do que se tratava.
Falando em jornalismo lixo, vi a notícia no UOL, que é a parte mais podre da Foice. Os caras dizem que seu colega estava tentando fugir e é um "influenciador bolsonarista", investigado por instigar ataques de "golpistas" à sede da PF, num episódio que antecedeu os "ataques extremistas" de 8 de janeiro.
Os "jornalistas" do Grupo Foice não perguntam por que não o prenderam antes. Nem explicam o motivo pelo qual alguém sem foro privilegiado é investigado e tem prisão decretada pelo STF. Lendo a "notícia" parece que o cara é um terrorista perigoso que estava com identidade falsa no aeroporto.
Bem, na linha "tudo para o pessoal esquecer a confissão do Barroso" talvez eles tenham um entretenimento para passar mais um tempo. Xatielle ontem, o gordinho hoje, vai se levando. Daqui a alguns dias o Ex-tadão pode fazer um editorial sobre as competências dos iluministros neste caso.
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