sexta-feira, 7 de julho de 2023

Sujeito nada oculto

No artigo abaixo, publicado na Gazeta do Povo, o jornalista Luís Ernesto Lacombe está falando de uma pessoa sem dizer seu nome. Normalmente você perguntaria se dá para imaginar quem é o sujeito. Neste caso precisa perguntar se dá para negar parte do que está sendo dito e não saber de quem se trata.

Chifres, rabo e tridente na mão

Ele tem a voz do diabo, a mesma cor vermelha, os olhos injetados. Ele vocifera, ele é colérico, é ódio puro, raiva, desejo de vingança. E dá vazão a toda sua ira. Ele é incendiário, é infernal. Ele é comunista, e isso é bem mais importante do que ser democrata... Nas enormes labaredas, ainda há quem propague, disfarçadamente ou não, que ele deveria ser um "ditador benigno do Brasil". Para ele tudo é meio relativo. Ele é a mentira. Tudo o que diz e faz deixa claro que tem parte com o demônio, mas ele se considera Deus.

Ele é contra a família, os costumes, o patriotismo. É contra as leis naturais, a lei moral, contra as leis dos homens, contra os direitos humanos, as liberdades fundamentais. Suas leis são todos os males reunidos. Ele abraça um coletivo diabólico que acha normal o expurgo de opositores, de qualquer um que queira combater o fogo em que ardem o alento e a esperança. Venezuela, Nicarágua, Cuba, ele não condena as ditaduras porque deseja para o Brasil algo parecido... E atiça, a todo momento, o fogo do inferno.

O capiroto é atrevido, ardiloso, enganador. Ele finge que nazismo e comunismo são antagônicos. Fala mal de Israel, dos Estados Unidos, se indispõe com a Europa, com o Ocidente. O que deseja são as diabruras da China, da Rússia, do Irã. Ele é contra a liberdade econômica, o agronegócio, o mundo real, contra o que sempre deu certo. Defende diabolicamente o desastre. Ele é como Mussolini, quer que tudo seja pelo, para e no Estado, mas fascistas são os outros. E, nesse inferno, não há parlamento que não possa ser comprado. Ele tem bilhões e bilhões para distribuir.

Ele diz que foi golpe o que não foi golpe. Diz que foi tentativa de golpe o que não foi tentativa de golpe... Ele é viciado em golpes, é milionário. Seus filhos são milionários. A pobreza é para os outros. Sua vontade é que pelo menos metade da população brasileira continue sem saneamento básico, sem rede de esgoto ou sem água tratada, ou sem os dois. E não sente culpa. A culpa, toda ela, é de governos anteriores, de cúmplices que o abandonaram e que, agora, ele amaldiçoa. A culpa também pode ser da sua mulher morta... O fogo queima tudo.

A roubalheira, a corrupção, a incompetência, a maldade, é dele tudo isso. Em sua democracia particular cabe um bocado de ditadura, um governo mundial, com chifres, rabo e tridente na mão. Ele não tem alma, muito menos a mais honesta de todas. Ele não é o benfeitor dos benfeitores, o democrata conciliador, o redentor dos brasileiros, o redentor do planeta. Ele é insano, asqueroso, ordinário, imundo. E quem insiste em não enxergar tudo isso certamente vai arder ao lado dele no inferno.

Nóis pucha u sacu

Na expressão "a gente enfrenta o discurso de tudo aquilo que a gente aprendeu a combater", o que é "que a gente aprendeu a combater"? A pergunta é de curso primário e a resposta é AQUILO, no caso real aquilo que foi especificado antes pelo autor da frase: a família, os costumes e o patriotismo.

No entanto, alguns adeptos do sujeito se convenceram uns aos outros de que ele disse algo como "a gente enfrenta todo aquele discurso que aprendeu a combater", caso em que o inimigo a combater seria o DISCURSO. Veja, não sugeriram que ele se equivocou e trocou as palavras, mas que ele disse realmente isso.

Em parte, isso é fruto da ignorância que prospera no Brasil paulofreiriano. Poucos anos atrás o pessoal teria vergonha de cometer um erro literalmente primário como esse, hoje chamaria a professorinha que lhe daria nota zero de fascista.

Mas alguns devem ter entendido e mesmo assim fizeram de conta que não. Estão tão acostumados a passar pano para o criminoso e a idolatrá-lo que nem a ideia de defender que ele tenha pensado uma coisa e dito outra lhes é suportável. Não é só sabujismo, é uma espécie de possessão.


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