sábado, 8 de julho de 2023

Algumas ideias

Minha opinião sobre as urnas eu já dei essa semana e não, não acho que eles vão cassar todo mundo ao estilo da Venezuela. Vai ter sujeira de todo lado como no ano passado. E isso provavelmente será menos pior se o Laranjão voltar lá em cima, mas mesmo que não volte dá para tirar a diferença e ganhar aqui.

Concorrendo com quem? Eu não descarto de modo algum a Michelle, que vai aprender bastante nesses anos e, entre outras vantagens, tem tudo para se sair melhor que o marido entre eleitores como os evangélicos e as mulheres em geral. Como cabeça ou vice da chapa, acho que ela tem chances.

Mas os nomes mais falados por enquanto são os de quem já está no jogo, os governadores dos dois estados mais populosos, Zema, hoje com 58 anos, 59 em outubro, e Tarcísio, que aniversariou em junho, com 48, quase onze anos mais jovem.

Zema é popular num estado que tem uma metade "nordestina" que outro candidato teria mais dificuldade para conquistar. Esse já é seu segundo mandato consecutivo, tentar a presidência seria natural. E, se for confirmado que entrará no partido de Bolsonaro, ele mostra uma intenção de se aproximar que o fortalece.

Mas me parece que o nome que está sendo preparado há mais tempo é o do Tarcísio. E, entre outros motivos, digo isso também por duas coisas que aparentemente o afastam do Capitão: a sua entrada em um partido diferente (PR) e as discussões como a que teria acontecido na votação dessa semana, que se repetirão.

Vindo de quem vem, não sei se é verdade, mas a foicista Monica Bérgamo escreveu que um empresário lhe disse que Tarcísio tirou a sorte grande com essa altercação porque mostrou que não é um marionete. E o objetivo é esse mesmo, ampliar o futuro eleitorado dele sem perder o bolsonarista.

Bolsonaro e Mourão cansaram de brigar e se reaproximar na campanha de 2018, é só lembrar. Os políticos romanos já armavam esses teatros há mais de dois milênios. Se você quer discutir a sério com quem é da casa, discute em particular, em público é jogo de cena para iludir os emocionados.

Tem emocionado bolsonarista que leva tudo a sério e encara qualquer contestação como traição? Tem, é claro, mas esse é o mais fácil de levar, basta o líder dizer que se acertou de novo com o contestador e pronto.

A questão é saber se vale a pena o Tarcísio concorrer. Eu acho que o plano dos caras era chutar o descondenado depois de algum tempo, quando todos esqueceriam de Bolsonaro e os tucanos voltariam a se apresentar como direita. Mas tudo indica que isso vai ser adiado, adiado... e eles podem vir com o Lara de novo.

Contra qualquer outro é facinho. Mas não foi por acaso que eles o ressuscitaram, o presidiário é um nome forte. E, ficando lá, nos últimos dois anos ele vai chutar o pau da barraca e jogar a conta pra frente, aumentando suas chances. Existe, portanto, o risco de perder de verdade, não só na diferença da urna.

Se for assim, será preciso ver se vale a pena o ainda jovem Tarcísio se arriscar em 2026 ou se reeleger com tranquilidade para governador e deixar a presidência para a próxima.

Por outro lado, o destino também pode lembrar dos pobres brasileiros e nos livrar da praga em definitivo. Nesse caso acho que seria possível até concorrer com os dois (outra vantagem do outro partido) e deixar a decisão final para o segundo turno.

Mas são só algumas ideias soltas. E ainda tem a Michelle.

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