segunda-feira, 3 de julho de 2023

Boas notícias

Antes que critiquem o tom otimista, já vou brincando com ele - utilizemos as dificuldades a nosso favor, poderia dizer o Dr. Pangloss. Mas eu entendo, a situação não está fácil, há uma tendência a desconsiderar qualquer boa notícia como ilusória. Ainda mais se ela vier do Ipec e do Datafolha.

Sim, eles erram muito. Mas sempre para o lado do mal, de modo que, se o número que eles dão parece bom, deve ser daí para melhor - talvez muitíssimo melhor, diria o doutor. E uma coisa que eles costumam acertar é se uma tendência está subindo ou descendo ao longo do tempo para a população em geral.

Pois bem, na semana passada o Datafolha perguntou se o Brasil corre o risco de cair numa ditadura comunista. No final de 2021, em outra pesquisa deles, o SIM perdeu por 44x50. Em março último, o Ipec perguntou e deu quase a mesma coisa: 44x48.

Agora o SIM venceu por 52x42. Houve uma virada significativa. As tentativas de censurar a internet e as arbitrariedades cometidas nos últimos tempos estão sendo cada vez mais vistas como aquilo que são, atitudes ditatoriais (e de esquerda, "comunistas").

Isso também significa que o esforço da mídia corrompida para vender a ideia de que tudo o que acontece é normal e a lei está sendo cumprida não está dando certo. Um número crescente de brasileiros já não confia bovinamente em suas "notícias".

Esses libertos da hipnose das Globos da vida devem estar acessando canais alternativos e a internet. E certamente acompanham cada tentativa de censurar a rede ou tirar uma Jovem Pan do ar, gerando uma retroalimentação da percepção. Quanto mais o adversário tenta nos calar, mais ele nos dá razão.

É claro que há o gado esquerdista que deseja ser censurado. Mas a maioria das pessoas tem um mínimo de amor-próprio e se sente perfeitamente capaz de decidir por si mesma o que deve ler ou não - e é capaz, deixemos claro. A censura ofende pessoalmente esse cidadão.

E se um humorista foi preso por fazer uma piada, um jornalista precisou se exilar por publicar um artigo e até um ex-presidente foi tornado inelegível por dar sua opinião, quem garante que o mesmo não pode lhe acontecer? Quem assegura que, como já fazem contra alguns, não tentarão amanhã sufocá-lo em multas que lhe arrancarão tudo o que tem? Ou que não farão isso depois de amanhã com seu filho?

Quem se convence que sua liberdade está sob ataque tende a agir para evitar o pior, ainda que só emitindo opiniões e prestando atenção em quem vota. Isso já pressiona o político de agora (como vimos na primeira tentativa de passar o PL da Censura). E deve eleger mais políticos contrários à ditadura (comunismo) nas próximas oportunidades.

Ao contrário da privatização ou outro tema da direita de parquinho, o da liberdade é relativamente fácil de defender e muito mais universal. O que foi dito aqui vale do rico ao pobre, do branco ao preto e do ateu ao religioso.

Nós temos hoje aliados do porte das big techs contra a censura. Temos exemplos práticos para mostrar. Temos o ex-presidente mais carismático como garoto-propaganda. Temos argumentos. Então o negócio é continuar batendo na tecla e usando as sacanagens dos comunistas a nosso favor, para consolidar e ampliar a percepção.

Eu avisei que o artigo era otimista, mas é porque eu gostei realmente da pesquisa, acho que ela é muito positiva. Na verdade nós nunca estivemos tão bem, disse o doutor ao comparar seus números com as das anteriores.

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