O artigo é da Paula Schmitt e foi publicado no Poder 360. Nós o dividimos em quatro partes e resumimos três delas para dar destaque a que fala de um pessoal (com muita bala na agulha) que quer fazer com a humanidade o que acabamos de fazer com o texto, reduzi-la, diminuir o espaço que ela ocupa neste mundo.
Lemingues suicidas
Existe um documentário do reino animal feito pela Disney que tem um trecho de cortar o coração. Nos seus 3 minutos e meio, o segmento mostra lemingues cometendo suicídio em bando. É possível ver dezenas deles se jogando do precipício, rolando pedra abaixo. Os que sobrevivem à queda decidem entrar no mar, e vão nadando em direção ao fundo até encontrar a morte por afogamento.
Esse fenômeno aparentemente tão anti-natural seria fruto de uma inteligência evolutiva. O lemingue, numa sabedoria introjetada geneticamente pelo tempo, mataria a si próprio, como indivíduo, para permitir a sobrevivência do grupo, como espécie. É altruísmo para ninguém botar defeito, só tem um problema com essa história: ela foi totalmente fabricada, e os lemingues foram lançados do penhasco pela própria Disney.
500 milhões de humanos
Existe outro animal que prolifera demais: o ser humano. Ao contrário dos lemingues fictícios, contudo, o homem médio não está ciente disso, e vai parindo sem parar. Ainda bem que temos uma elite de seres superiores pensando por nós, e ela já deixou claro que está buscando soluções. E a grande solução é a redução da população, um dos tópicos mais badalados no WEF, ou Fórum Econômico Mundial, o governo supranacional que reúne as pessoas mais poderosas do mundo, e empresas com dinheiro suficiente para comprar países inteiros – ou ao menos comprar integrantes dos governos. Aproveito aqui para mandar minha vaia metafórica a todas as pessoas que achavam estar “defendendo a liberdade” quando diziam que não deveria haver limite ao poder financeiro de um grupo, uma estultice estúpida demais para eu criticar agora.
A concentração de renda nas mãos de poucos criou monstros econômicos capazes de comprar todas as agências das Nações Unidas e supremas cortes do mundo. Uma dessas deformidades é a BlackRock, uma firma de investimento que em 2021 tinha um portfólio avaliado em U$S 9,5 trilhões, segundo a CNBC. Para efeitos de comparação, o orçamento da Organização Mundial de Saúde em 2022-23 é de 6,72 bilhões, ou 0,07% do valor do portfólio da BlackRock. Quem quiser saber um pouco mais sobre essa empresa, AQUI tem um vídeo legendado que, na sua simplicidade, revela mais sobre a BlackRock do que muito jornal que depende de anúncios. Isso é compreensível, claro, porque jornal que fala mal de anunciante é a versão jornalística do lemingue-suicida, e deve ser difícil achar alguma grande empresa onde a BlackRock não tenha o dedo.
Voltando à população proliferante, sua diminuição é defendida no WEF de forma aberta, sem o menor constrangimento, ao contrário: ser a favor do controle populacional é quase um pré-requisito para estar no clube dos bilionários, uma sinalização de virtude. Aqui está Sadhguru, palestrante do Fórum Econômico Mundial e líder espiritual indiano, no que foi chamado de “conversa com o místico”.
Ele começa com uma frase de impacto: “Quando eu vejo clínicas de fertilidade o meu coração afunda”. Para ele, ter filhos é uma excrescência, um retrocesso espiritual, porque a “dimensão humana” não inclui a biologia, mas a consciência. Sadhguru está até pensando em criar “um prêmio para todas as mulheres que são sadias, capazes de ter um filho, mas decidem não ter nenhum [aplausos]”. Ele termina a breve conversa com um veredito: “Você acha que o problema é vaga para estacionar; você acha que o problema é o lixo; você acha que o problema é a saúde pública. Não. O problema é a população. Não existe outro problema”.
E qual seria a solução proposta por Sadhguru? Fui procurar saber e encontrei um vídeo do líder yogi falando direto do próprio Fórum Econômico Mundial, possivelmente o lugar menos espiritual do mundo. Ele mostra que entendeu que “o solo, a comida, a água e o ar [estão sendo vistos] como commodities que você pode comprar e vender” (ponto para o guru por essa fala sincera). Mas a solução que ele propõe não é o fim da comodificação desses recursos naturais, e sim “menos almas no planeta”.
AQUI, também no WEF, a antropóloga e primatóloga Jane Goodall diz que o crescimento populacional está por trás de muitos males no mundo. “Todas essas coisas das quais nós falamos não seriam problema se a população estivesse no mesmo tamanho que estava há 500 anos”. Segundo esta página da Wikipedia que compila estimativas de várias instituições diferentes, inclusive da ONU, a população mundial no ano de 1500 estava em torno de 500 milhões. Considerando que somos quase 8 bilhões na Terra, vai dar trabalho essa limpa aí.
Não é só Goodall que considera este número ideal. Nas Pedras Guias da Geórgia, um monumento de origem obscura que foi destruído com uma explosão na madrugada de 6 de julho, um texto esculpido em granito em vários idiomas lista 10 recomendações para o mundo. O 1º deles é exatamente “manter a humanidade abaixo de 500 milhões, em equilíbrio perpétuo com a natureza”. O último mandamento é “Não seja um câncer na Terra – Deixe espaço para a natureza”.
Buffalo Bill
Mas a natureza, coitada, tem importância ainda menor que o ser humano, e não precisamos da Disney para entender isso. Pouca gente sabe, mas em 1868, políticos e militares norte-americanos decidiram matar búfalos indiscriminadamente. A intenção não era acabar com os búfalos, mas controlar a população indígena por meio da fome e destruição de seu sustento. Uma manada de 30 milhões de búfalos (ou bisões) foi reduzida a 25.000 cabeças.
Gado morto
Por falar em cortar o suprimento de carne, você viu na imprensa brasileira alguma notícia sobre como os governos da Holanda, Austrália e Canadá estão obrigando fazendeiros a matar seu próprio gado ou diminuir a produção de alimentos supostamente para reduzir a emissão de poluentes? Não? Nem eu.
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