Qual é o pássaro escondido atrás da Folha? Não é preciso mais que uma rápida passada por aquela parte da selva para imaginar. Uma notícia de que o STF pressiona - ilegalmente, está implícito, pois sua função não é fazer leis - o Congresso no caso do PL da Censura. Outra em que "juristas" apontam as ilegalidades da censura ao Telegram.
A moda agora mudou. A onda é dizer que o PL não censura ninguém e até poderia ser usado para evitar a arbitrariedade do Careca contra a plataforma. Mas, mesmo que fosse verdade, se ele não respeita a lei atual, por que respeitaria a nova? Ninguém lhes perguntou e os juristas não explicaram.
Mas também não lhes faltava assunto. Um destacou que, como todos, o Telegram tem direito a defender suas posições (incrível!). Outro que Xandão não apontou que lei estaria sendo desrespeitada pela plataforma (fantástico!). Um terceiro lembrou que não dá para colocar tudo no balaio do tal "inquérito das fake news" (extraordinário!).
Ao dar voz para quem ressalta as obviedades que fingia não ver, estaria a Foice abandonando as posições que assumiu nos últimos tempos? Talvez a resposta, indireta, esteja na matéria sobre um livro cujos autores defendem que a democracia continuará em risco caso Bolsonaro não seja punido.
Mas que lei ele desrespeitou? A Foice não citou uma só. Ele não tem direito a defender suas posições? Parece que não. Pois os autores estudaram outras novas autocracias - bom dia, Victor Orbán - e concluíram que o primeiro mandato é só um esquenta para acabar com a democracia no segundo.
Podemos então concluir que o "é tortura, é morte" que gente como a Eloucona previa para o primeiro mandato foi deixado para depois e só não aconteceu porque o STF entrou em campo e fez algumas coisas que não eram criticadas porque valia tudo para afastar o grande perigo, mas agora não deve mais fazer?
Sabe-se lá. Por um lado os foicistas continuam a apoiar quem quer punições a crimes que só os precogs de esquerda conhecem. Por outro, querem se apresentar com a roupagem de paladinos da legalidade. E da imparcialidade, pois, por falar em dino, vão, aos pouquinhos, aumentando as críticas ao desgoverno do ex-presidiário.
Não pode uma coisa, mas tem hora que pode. A liberdade de expressão é sagrada, mas às vezes deixa de ser. Não se admite que seja Bolsonaro, mas talvez também não seja mais o marionete bolivariano. É tudo meio confuso, meio indefinido, em cima do muro. Qual é o pássaro escondido atrás da Folha?
"Alexandre de Moraes, o censor", é o título do principal editorial do Ex-tadão de hoje. Palmas, palmas! Só faltou o jornalão explicar porque ele apareceu agora, quando a censura ao Telegram parece ter pegado mal até no exterior, e não nas inúmeras ocasiões em que o STF cometeu, recentemente, arbitrariedades similares.
É a mesma linha da Foice. Tem colunista batendo no desgoverno, tudo igual. O destaque vai para o fazuéle Pedro Doria, que, criticando a censura do Xandão, lá pelas tantas diz que ela não se justifica porque "agora" nossa democracia não está mais em perigo. Mas se ele achasse que está, isso justificaria as ilegalidades?
Ele não explica. Mas nem precisa. Talvez nem seja parente, mas com esse nome e esses textinhos pilantras, só não descobre seu pássaro de estimação quem não quer.
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