domingo, 2 de abril de 2023

Esqueça disto

Colocamos os onze em campo e deu 8x1. No pequeno resumo sobre o tema abordado pelos onze principais colunistas do UOL, esse é o resultado da disputa entre termos como "Bolsonaro" e "bolsonarista" e os referentes ao tricondenado retirado da cadeia e colocado na presidência do país.

Não é meio estranho isso? Deveria ser, principalmente num espaço praticamente dividido entre quem lambe o chão em que o Molusco asqueroso pisa e quem ainda aproveita para dar uma lustradinha na sola do seu sapato com a língua.

Já se passou o primeiro dos 16 trimestres do desgoverno, os servos deveriam há muito estar falando da picanha e dos demais grandes sucessos de seu mestre. Ou elogiando planos como o tal arcabouço fiscal, costurado às pressas para tentar dar um verniz "técnico" a propostas vazias.

Mais curioso ainda é que muitos deles se agarram a qualquer possibilidade de aroma de indício para anunciar que o bolsonarismo está acabando. Pouca gente foi ao aeroporto recebê-lo; pronto, nunca mais ele reunirá multidões. Luciano Hang não está falando dele todo dia nas redes; acabou, os empresários que o apoiavam sumiram.

É como você todo dia recomendar a alguém que esqueça um assunto. Como se pode esquecer de algo que é constantemente relembrado? É impossível, eles sabem disso. Mas é mais forte que os caras, eles não resistem.

Ou não, talvez eles estejam bem orientados e seu verdadeiro objetivo seja mais simples: fazer as pessoas esquecerem daquilo que não falam, evitar que os idiotas que caíram em sua conversa se lembrem da enorme asneira que fizeram ao apoiar o ex-detento por ação ou omissão. Pode ser.

Na Foice

Na matriz do UOL, naquele tipo de jornalismo que, como previsto, agora tenta se passar novamente por isento, a principal manchete nos informa que Bolsonarismo domina campo da oposição e ofusca alternativas - Fiasco da terceira via em 2022 resultou em recolhimento e adesão a Lule; grupo fala em reconstrução.

Está correto. E o motivo pode ser visto logo no início do texto, que, ao citar os recentes líderes do campo antipetista, inclui tucanos (que foram às ruas apoiar o lulopetismo contra Bolsonaro) e chega a Geraldo Alckmin (que virou vice do condenado).

Todos esses se revelaram traíras na hora decisiva. Podem falar na "reconstrução" que quiserem, os atos recentes são muito mais eloquentes que qualquer discurso. O que eles estavam imaginando? Que as pessoas iriam esquecer rapidamente daquilo?

Aí é nós - milhões de nós - que vamos fazer o que estiver ao nosso alcance para que todos lembrem disso.

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