A Foice volta e meia tem um colunista escrevendo dos EUA sobre os problemas de lá. E quem anda ocupando esse papel nos últimos tempos é o jornalista Ross Douthat, que, naturalmente, só obteve esse espaço porque é o que os gringos chamam de "liberal", uma espécie de petista de banho tomado.
Numa de suas últimas colunas, Ross diz que os conservadores americanos se tornaram mais incomodados com os rumos de seu país, mais agressivos em suas escolhas políticas e suas críticas sobre os avanços do politicamente correto, mas, ao mesmo tempo, se mostram mais felizes em suas vidas privadas.
Com os liberais é o inverso. Conforme eles avançam em termos institucionais, mais parecem infelizes na vida pessoal. O que não é uma novidade absoluta porque a maior satisfação de quem valoriza coisas como os laços familiares e a vida religiosa tem sido uma constante por séculos, mas assume contornos diferentes nos últimos tempos.
Em parte porque simplesmente destruir (a heteronormatividade ou as estátuas dos antigos heróis) não significa criar algo melhor. Mas também porque o esquerdista médio se torna, tenha consciência disto ou não, cada vez menos dono de suas próprias opiniões e mais dependente de terceiros.
Um bom exemplo disso foi a pandemia, durante a qual, como também aconteceu aqui, eles se recusavam a discutir possibilidades óbvias (como a de que vacinas feitas a toque de caixa poderiam conter problemas não previstos) e se agarravam às instruções dos "especialistas" como se estas fossem mandamentos divinos.
Algo similar ocorre em outras áreas, pois eles, que se viam inicialmente como rebeldes desapegados lutando contra os tradicionalistas que defendiam o sistema, passaram agora a ser o sistema que tenta preservar e ampliar suas "conquistas" legalmente, institucionalmente, contando com leis e decisões de tribunais.
Além disso, esse esquerdista se sente obrigado a não dar espaço a qualquer ressurgimento da tradição e seguir na vanguarda dos "avanços", cuja agenda é definida por outros. Hoje é a quota para negros, ele é a favor. Amanhã é a vez das "mulheres trans" no esporte, ele também segue roboticamente o que lhe ordenam.
Claro que eu acrescentei uma pitada das minhas opiniões à análise do Ross, mas é porque me parece que esse hábito de não pensar por si mesmo e seguir a manada ajuda muito a explicar um dos dados que o artigo apresenta.
Trata-se de uma pesquisa com jovens, pessoas entre 18 e 29 anos. Entre os conservadores nessa faixa etária, 16% dos homens e 20% das mulheres relataram que um profissional de saúde lhes disse que tinham um problema de saúde mental. Entre os liberais, isso aconteceu com 33% dos homens e "mais de" 50% das mulheres.
E isso que, hoje em dia, o pessoal dessa área deve pisar em ovos e não deve tratar como louco quem, por exemplo, acredita sinceramente que um homem fantasiado de mulher é uma mulher. Com critérios um pouco mais rígidos, o número de progressistas dementes deve ser explosivo, muito maior.
Ou seja, aquilo que se intui pela leitura de jornais e redes sociais é o que realmente acontece. Eles são mesmo doentes.
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