Manchetes, cada um com as suas. No jornalixo quase inteiramente assumido da Folha, o destaque são as emendas parlamentares, cujo total, após negociação com o egresso do sistema penitenciário, atingirá um valor inédito, que "supera até mesmo o do governo Bolsonaro, quando havia emendas do relator".
Não, Foice, não. Você esqueceu? Com Bolsonaro não havia "emendas do relator". Havia "orçamento secreto", apelido desonesto cujo objetivo era levar o leitor mais idiota a acreditar que o dinheiro saía escondido do palácio na calada da noite. E que seus colunistas tratavam como sinônimo de corrupção.
Já na gangorra do Estadão, hoje é dia de tentar voltar aos bons tempos com "Denúncias de 8/1 ignoram condutas individuais, têm textos idênticos e põem garantias em risco". Perfeito, mas não vai além do que qualquer cidadão honesto com o mínimo conhecimento das leis constatou desde que as prisões irregulares foram realizadas.
E o estranho é que no início, Ex-tadão, você criticou os "golpistas" sem explicar como a invasão de um prédio levaria um grupo de idosas desarmadas a tomar o poder. Defendeu "medidas enérgicas contra o golpismo bolsonarista" ou coisa assim. Só agora você se lembrou de que existe lei? Está querendo subir no muro de novo?
Na Gazeta do Povo, a manchete é: "Ministros-celebridade: ascensão de membros do STF ao estrelato pode ruir o Judiciário brasileiro". E aí seguem-se os relatos sobre o comportamento aberrante dos ministros que se veem como "celebridades" que podem dar palpite sobre tudo e nem tentam disfarçar suas preferências políticas.
Um dos pontos lembrados é que o péssimo exemplo de Gilmares e Barrosos tende a se espraiar. Se o do Supremo pode, por que não o juiz da pequena cidade? Temos até uma associação de "Juízes pela Democracia", que só falam de política e tem espaço reservado no site de um certo partido político. Quem confia num juiz desses?
Agora, no tempo em que jornal se lê pela Internet, adivinhe quem tem mais acessos únicos entre os três citados? Pois é, mesmo largando lá de trás, com um nome pouco conhecido fora do seu estado contra dois gigantes com quase um século de prestígio nacional, o Davi curitibano já ultrapassou os demais.
A informação tem algum tempo, mas não deve ter mudado. E acho que a situação é até pior do que o simples total de acessos pode mostrar. A Folha conta com muitos leitores como nós, que hoje a lemos como se fosse o Esgotão, para saber o que "eles" estão dizendo. "Eles" costumam se fechar em seu mundo, sem acessar nada do outro.
Respeito e confiabilidade são duas coisas que se perde e se ganha. A Gazeta só tem ganhado. E o responsável pelo seu salto é o atual presidente do GRPCOM, que também controla as afiliadas da Globo no Paraná, Guilherme Döring Cunha Pereira, que assumiu o posto com quarenta e poucos anos, em 2009, após a morte do pai.
Como curiosidade, Guilherme é um numerário da Opus Dei que fez votos de castidade e pobreza ainda jovem e hoje, apesar do sucesso de suas empresas, usa roupas simples e vive numa residência comunitária da ordem em Curitiba. Uma espécie de cavaleiro templário do jornalismo.
Mas não um como aquele, que se dizia simpatizante até que, fazendo jus ao Al que inicia seu nome, bandeou-se para o lado do líder da pior quadrilha de sarracenos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário