Censurado suprema e absurdamente no Twitter, Rodrigo Constantino continua publicando artigos em veículos que não fizeram o L. Foi num deles, a Gazeta do Povo, que encontramos o texto abaixo, no qual ele aborda o mesmo fenômeno a que nos referimos nos últimos dias.
Silêncio: a mídia tucana está descobrindo o abuso supremo e o PT
Por pragmatismo, será que a direita deveria fingir que os tucanos não fizeram o L sabendo muito bem quem estavam ajudando a recolocar no poder, só para somar no esforço antipetista agora? Eu não consigo agir assim. Acredito que, no longo prazo, faz-se necessário o lado pedagógico da coisa, para lembrar que tucanos são oportunistas dispostos a tudo para tirar a direita do poder.
Penso nisso quando vejo a quantidade de tucanos "arrependidos" ou "assustados" com o novo governo. É como se Lula tivesse surgido em cena agora, e seu PT fosse o Novo, não o velho esquema de corrupção e socialismo que todos já conhecemos. É muito cinismo, e isso não pode ser tolerado ou esquecido.
Os traíras tucanos já começaram a receber a resposta do eleitorado do estado em que eram mais fortes. O Docinho fazedor de L não conseguia sair na rua enquanto seu antigo eleitor elegia Tarcísio e o Astronauta, ambos indicados por Bolsonaro. Mas Rodrigo concentra suas criticas na mídia tucana. Vejam, por exemplo, essa chamada do Estadão: "Denúncias de 8/1 ignoram condutas individuais, têm textos idênticos e põem garantias em risco". Correto. Mas cabe perguntar: por onde o jornal andou nos últimos meses? Não percebeu o arbítrio supremo em curso no país? Não achou importante denunciar os métodos, só porque o alvo era Bolsonaro?
Hoje o Ex-tadão volta ao tema, fingindo-se escandalizado com o abuso com o qual pactuou. Terá percebido que insistir na história do golpe das idosas desarmadas é esbofetear a inteligência do leitor? João Luiz Mauad comentou: "Sabe o que mais incomoda nessas matérias tardias da mídia militante? É que elas tratam o leitor como um idiota, incapaz de ver que tudo isso só aconteceu devido à complacência e o incentivo do próprio jornalismo, cujo único propósito era enterrar o bolsonarismo, não importa como". Direto ao ponto! É esperar muito pouco do público, achar que ele não vai perceber o truque.
E o público do Ex-tadão é obviamente aquele que lê, mais capaz de pensar por si mesmo e majoritariamente antipetista. Claro que parte dele é petista, politicamente correta ou coisas assim, mas essa turma a Foice já pegou. Posso estar errado, mas acho que, ao ficar no meio do caminho, o Ex-tadão se infectou com o vírus ao qual não sobreviverá.
Diz essa outra chamada do mesmo Estadão: "Lula abre ‘porteira’ de cargos a União Brasil e MDB para ganhar aliados e barrar CPI". No subtítulo consta: "Presidente deu sinal verde para nomeações após ser alertado por Arthur Lira de que o não atendimento aos aliados pode levar a derrotas significativas no Legislativo". Pergunta: isso não era o alarmado "orçamento secreto" tratado como escandaloso durante a campanha, para prejudicar Bolsonaro?
Hoje, por coincidência, o Ex-tadão volta ao tema, utilizando inclusive o termo "orçamento secreto". Talvez queira se diferenciar da Foice, que agora fala em "emendas do relator", kkk.
O divertido é a turma achar que ninguém vai lembrar do que eles fizeram na hora decisiva da eleição passada. O resto não é nada engraçado.
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