Uma avalanche de notícias, colunas assinadas, um jornal atrás do outro, a volta de Jair Bolsonaro ao Brasil é o assunto do dia. E sem anúncio bombástico, multidão na rua ou nada disso. Ele só viajou e voltou. Nada mal para quem estaria acabado se perdesse a duvidosa eleição, como apostavam os apoiadores envergonhados do lulopetismo.
Comparação cada um faz as suas, o barulho jornalístico me lembrou a volta dos exilados após a anistia. O governo militar controlava praticamente tudo, da prefeitura das capitais aos tribunais superiores, havia quem pensasse que alguns retornados já não conseguiriam se encaixar nos novos tempos.
Em entrevista ao Pasquim, Brizola, em meio à resposta, perguntou: "Tu queres saber como é isso?". Ziraldo, rapidinho, cortou: "O Brizola é incrível, ele mesmo se pergunta." O outro continuou: "Pois isso é ..." E o Ziraldo: "E ele mesmo se responde!"
Comentando o diálogo, alguém o utilizou como exemplo de que aquele jeitão campeiro do velho político gaúcho não tinha nenhuma chance contra a sagacidade natural e bem-humorada do carioca. Brizola quebraria a cara tentando ser governador do Rio e teria que se aposentar de vez.
Tudo joia
Claro que existem várias diferenças entre aquela época e a atual. O apoio a Bolsonaro é gigantesco entre o Brasil que sabe escrever e produz, mas a oposição a ele é fortíssima entre os que são sustentados pelos primeiros e ainda conseguem ludibriar a massa de analfabetos e semianalfabetos que constitui o grosso de seu eleitorado.
E ludibriar é a palavra certa, a tática antibolsonarista consiste em confundir e bagunçar para não ter que comparar. Veja o exemplo da corrupção, pela qual o escolhido das urnas sem voto auditável puxou uma bela cadeia e chegou a ser citado nas memórias do Obama. Quer uma prova de que ela morreu no governo Bolsonaro?
Pois basta ver como eles não conseguiram encontrar do que acusá-lo e tiveram que inventar algo depois dele deixar o governo. A Foice tentou juntar os imóveis de primos e cunhados nos últimos 30 anos. E a novela mais recente é a das joias que, se assim for decidido pelos órgãos competentes, serão entregues ao governo.
A mesma coisa acontece quando você olha a questão da liberdade de expressão ou da eficiência administrativa, não há comparação possível entre o governo Bolsonaro e o desgoverno do ex-presidiário, que foi o que "eles", depois de tentarem piadas como Huck e Docinho, conseguiram arrumar.
Resta ao pessoal confundir, falar em "700 mil mortos" como se isso fosse uma escolha de Bolsonaro ou ele não fosse um dos primeiros a entrar no consórcio para a fabricação da vacina, retirar frases soltas de seu contexto e deturpar opiniões, confundir defesa da liberdade de escolha com proibição e assim por diante.
Enfrentar essa avalanche de mentiras, apoiada por gente poderosa e voltada para os menos capazes de identificá-la, é a grande missão do agora presidente de honra do PL. Alguns acreditam que ele não tem chance alguma e seu tempo passou. Mas vamos ver como o sujeito se sairá.
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